Governo Lula pretende reconstruir presença internacional do Brasil, diz Haddad

Haddad também defendeu a necessidade de discussões sobre reformas nos bancos multilaterais de desenvolvimento para que as instituições financeiras reforcem a formação de parcerias e canalização de recursos para temas como clima, alimentação e pobreza

Governo Lula pretende reconstruir presença internacional do Brasil, diz Haddad - Divulgação/PR


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta sexta-feira, 24, que o governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pretende reconstruir a presença internacional do Brasil e também criticou a política externa do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


"Herdamos um cenário diplomático problemático. O Brasil estava isolado, ausente e em desacordo com seus valores e tradições. Olhando para o futuro, vamos reconstruir nossa presença internacional. Os assuntos econômicos e financeiros são uma parte crucial desse esforço", disse Haddad em encontro do G20, na Índia, que reuniu ministros da economia e presidentes de Bancos Centrais das nações que integram o grupo.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também esteve presente na reunião. O ministro afirmou que o governo Lula considera o G20 central para o fortalecimento do multilateralismo e enfatizou a necessidade da efetividade das propostas aventadas.

"Enfrentamos vários desafios interligados, crises multidimensionais, consequências da pandemia, guerras, conflitos, aumento da pobreza, desigualdades e obstáculos ao abastecimento de alimentos e energia limpa a preços acessíveis", disse Haddad. "Nesse contexto, o aumento do diálogo entre as maiores economias é importante, mas não suficiente. Precisamos de ações com resultados concretos", completou o ministro, que afirmou ainda que o governo concorda com as propostas sugeridas pelo governo indiano durante a reunião.

Haddad também defendeu a necessidade de discussões sobre reformas nos bancos multilaterais de desenvolvimento para que as instituições financeiras reforcem a formação de parcerias e canalização de recursos para temas como clima, alimentação e pobreza.

"Essas instituições devem ser bem capitalizadas e flexíveis para apoiar os países em desenvolvimento com financiamento de longo prazo, taxas de juros adequadas e estruturas inovadoras para reduzir riscos, estimular parcerias público-privadas e atrair investimentos privados", disse o ministro.