Indústria de veículos tem melhor dezembro em dois anos no país

As paradas de fábricas, motivadas pela escassez global de componentes eletrônicos, tornaram-se menos constantes em meio à desaceleração das economias desenvolvidas, que aliviou a demanda por peças

A indústria de veículos terminou 2022 com o melhor mês em vendas dos últimos dois anos, conseguindo assim praticamente repetir, no balanço final do ano, o total vendido em 2021. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, 216,9 mil unidades foram vendidas em dezembro, um volume não visto em um mês desde dezembro de 2020, quando 244 mil veículos foram licenciados no País.

O volume supera em 6,3% as vendas de novembro. Frente a dezembro de 2021, o mercado de veículos zero quilômetro mostrou crescimento de 4,8%. Com isso, 2022 acabou com 2,1 milhões de veículos vendidos nos 12 meses de 2022, praticamente estacionado, com leve queda de 0,7%, no número do ano anterior, quando os emplacamentos somaram 2,12 milhões de unidades.


Obtidos pelo Estadão com fontes da indústria, os números estão sujeitos a pequenos ajustes nos balanços a serem divulgados até o fim desta semana pela Fenabrave, entidade que representa as concessionárias, e pela Anfavea, representante das montadoras.

Depois de o mercado terminar o primeiro semestre com queda de 14,5%, a melhora da oferta de automóveis, graças à distensão da crise de abastecimento, permitiu a reação das vendas nos últimos meses.

As paradas de fábricas, motivadas pela escassez global de componentes eletrônicos, tornaram-se menos constantes em meio à desaceleração das economias desenvolvidas, que aliviou a demanda por peças, além da normalização do transporte marítimo dos materiais, depois do caos logístico provocado pelo fechamento do porto de Xangai por dois meses.

Com isso, as montadoras conseguiram atender melhor, principalmente, os pedidos das locadoras, que formaram longas listas de espera durante o período de maior aperto na oferta. O volume destinado às frotas ajudou a compensar os efeitos no varejo do crédito mais caro e restrito.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.