“Radicalismo é um país como o nosso ter gente virando o lixo, na fila do osso, para poder comer”, afirma Guilherme Boulos

Líder sem-teto e candidato a deputado federal pelo Psol nas Eleições de 2022 falou ao Tela Política, exclusivo do Tela2 do SBT no Interior

“Radicalismo é um país como o nosso ter gente virando o lixo, na fila do osso, para poder comer”, afirma Guilherme Boulos  - Reprodução/ Tela2/ SBT no Interior


O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e candidato a deputado federal pelo Psol nas Eleições de 2022, Guilherme Boulos, falou ao Tela Política, exclusivo do Tela2, streaming do SBT no Interior, na última quinta-feira (4).


Boulos, que iniciou a trajetória política aos 15 anos, no movimento estudantil brasileiro como militante na União da Juventude Comunista (UJC), foi candidato à Presidência da República em 2018 e, agora, debate se pode ser considerado um representante com um discurso “menos radical” da esquerda.

“O cara lutar por moradia é radical? Radical é um país como o nosso ter gente virando lixo para poder comer, na fila do osso. Lutar por dignidade, por direitos sociais, por moradia, por trabalho; eu não entendo isso como radicalismo no sentido de extremismo. Os ideais são os mesmos, a forma de luta se altera. Tem momentos sim, que a política passa por isso, ela precisa ser pressionada por fora. E tem momentos que ela precisa ser pressionada por dentro, é isso que estamos fazendo agora”, afirmou.

Chave do eleitorado

O líder sem-teto comentou sobre a possibilidade de “assumir” o cargo de Eduardo Bolsonaro (PL) - que foi o deputado federal mais votado em 2018, agora, nas eleições de 2022.

 “O Brasil mudou. Uma coisa era em 2018 quando o Bolsonaro vinha e dizia: ‘Eu vou acabar com a mamata’. Como se ele fosse fora da política. Ele 'vendeu' que era uma mudança e que ia acabar com os vícios do sistema. Olha a realidade, aquele que trocou investimento em creche por barra de ouro, o filho dele comprou uma mansão de R$ 6 milhões. Ele recomendou o outro filho para embaixador no exterior. Ele vive agora no colo do centrão. A sociedade percebeu isso e já é, e será, bem diferente de 2018.”

Preconceito nas urnas

Boulos comentou sobre o preconceito da sociedade em relação ao MTST.

“Há um preconceito tremendo em torno de um movimento que luta por dignidade. Vivemos no país mais rico do mundo, o terceiro maior produtor de alimentos do mundo e temos gente passando fome, são grandes contradições. Quando fui candidato em 2018, naquele clima de rejeição à política, veio aquele discurso fácil, da ‘farinha do mesmo saco’. Eu entendo a rejeição da população. Até porque boa parte dos que dizem isso buscam privilégios na política, fazem carreira. A política, para mim, só faz sentido se for para fazer transformação e realizar aquilo que a gente acredita. ”

Eduardo Bolsonaro

Boulos desafiou novamente Eduardo Bolsonaro (PL) para um debate.

“Desafio aqui de novo. Ele tem medo do quê? O negócio dele é de família. O pai fugiu do debate, o irmão desmaiou em um debate e ele só discute com convertido, com os amigos do churrasco, com quem está a favor dele. Pode ser até na casa do Queiroz, que eu vou debater com ele onde ele quiser”.

A entrevista completa já está disponível no streaming Tela2, uma exclusividade do SBT no Interior.