Lula quer postura menos defensiva nas redes e maior disseminação de propostas

De acordo com Lula, a estratégia a partir de agora deve ser baseada em dizer a verdade sobre o que já foi feito e o que será feito no Brasil caso ele seja eleito

Lula quer postura menos defensiva nas redes e maior disseminação de propostas - Rovena Rosa/Agência Brasil


O candidato do PT à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu nesta terça-feira, 18, que a campanha petista adote uma postura menos defensiva nas redes, em que apenas rebate as supostas mentiras disseminadas pelo adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL). Em encontro com comunicadores nesta manhã, o ex-presidente fez um apelo para que aliados passem a divulgar propostas incluídas no plano de governo e medidas já concretizadas durante as gestões do PT.


"Estamos enfrentando um cidadão anormal. Um cidadão que faz da mentira a sua forma de fazer política (...) A gente não pode ficar tentando apenas rebater as mentiras deles. É preciso que ao rebater as mentiras a gente passe as nossas mensagens, das coisas positivas que vão existir nesse País. Parte das propostas que estão no programa de governo, parte das coisas que nós já fizemos. É preciso que a gente coloque em cada resposta, uma crítica, uma proposta", defendeu Lula.

Com o início do segundo turno e diante da acirrada disputa, a campanha de Lula aderiu a uma nova tática virtual de elevar o tom contra Bolsonaro nas redes. Se até o primeiro turno a estratégia era evitar entrar na pauta do adversário e não se deixar levar pelas disseminação de "fake news", o núcleo duro passou a resgatar polêmicas do presidente.

O último caso de grande repercussão foi a disseminação da declaração do chefe do Executivo em que diz que "pintou um clima" sobre meninas venezuelanas de 14 anos. Nas redes, aliados do presidente associaram a fala à acusação de pedofilia. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, proibiu a campanha de utilizar a declaração em conteúdos virtuais ou em rádio e TV. Em outros momentos, a campanha também recuperou gravação antiga de Bolsonaro em uma loja maçônica e um vídeo em que o associa ao canibalismo.

De acordo com Lula, a estratégia a partir de agora deve ser baseada em dizer a verdade sobre o que já foi feito e o que será feito no Brasil caso ele seja eleito. "Acho que é isso que vai fazer a gente ganhar as eleições", reforçou no encontro de hoje, ao defender um debate mais propositivo.

Lula não fez menção à tática de elevar o enfrentamento, que chegou a ser alvo de discussão pela campanha. O deputado federal reeleito André Janones (Avante), reconhecido como expoente nas redes e que integra o núcleo de campanha de Lula, está na linha de frente dessa estratégia. Ele chegou a ser acusado, inclusive, de espalhar mentiras e se equiparar à tática bolsonarista. Aliados de Lula avaliam, no entanto, que o parlamentar apoia o ex-presidente, mas faz sua própria campanha e tem liberdade para atuar nas suas redes.