O conceito de ESG veio para ficar

O conceito de ESG, sigla para Environmental, Social, and Governance (Ambiental, Social e Governança, em português) tem se tornado cada vez mais relevante nas empresas e será cada vez mais cobrado pelos stakeholders dos seus mercados. Essa abordagem enfatiza a necessidade de considerar não apenas os resultados financeiros, mas também o impacto ambiental, o social e a governança corporativa.

O termo foi criado em 2004, em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, chamada Who Cares Wins. Os critérios ESG estão totalmente relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pelo Pacto Global, iniciativa mundial que envolve a Organização das Nações Unidas e várias entidades internacionais. Oficialmente, a sigla surgiu em 2005, em uma conferência internacional liderada por Kofi Annan, então secretário-geral ONU, que resultou em um relatório intitulado Who Cares Win, em tradução livre, “Quem se importa, ganha”.

O encontro teve a participação de 20 instituições financeiras de nove países – juntas, geriam um patrimônio de US$ 6 trilhões. Segundo o documento, empresas mais sustentáveis e com impactos mais positivos para a sociedade são mais lucrativas no longo prazo.

A sua importância corporativa do ESG é evidente em diversos aspectos. Primeiramente, a dimensão ambiental trata da conscientização e da responsabilidade das organizações em relação ao meio ambiente. O aquecimento global, a escassez de recursos naturais e a degradação do ecossistema são desafios que exigem ações urgentes. Organizações comprometidas com a sustentabilidade ambiental adotam práticas de conservação, redução de emissões de carbono, uso eficiente de energia e gestão adequada de resíduos. Essas medidas não apenas contribuem para a preservação do planeta, mas também podem gerar economias significativas e melhorias na reputação da empresa.

A dimensão social do ESG refere-se ao relacionamento da companhia com os seus stakeholders, como funcionários, clientes, fornecedores, comunidades locais e sociedade em geral. As empresas com essa abordagem preocupam-se em garantir um ambiente de trabalho justo e inclusivo, promovendo a diversidade e a igualdade de oportunidades. Elas também se esforçam para estabelecer relações éticas com os seus fornecedores, respeitando os direitos humanos e evitando práticas trabalhistas injustas. Além disso, muitas empresas estão cada vez mais engajadas em causas sociais, apoiando projetos e iniciativas que contribuem para o bem-estar da comunidade. A responsabilidade social corporativa não apenas beneficia a sociedade como um todo, mas também fortalece a reputação da empresa e a fidelização do cliente.

Por fim, a dimensão de governança corporativa trata dos princípios de transparência, prestação de contas, ética e estruturas de gestão adequadas. Empresas com boa governança corporativa são capazes de tomar decisões mais sólidas, evitar escândalos e crises, e garantir a confiança dos investidores. Essas organizações possuem conselhos de administração independentes, políticas claras de ética empresarial e sistemas eficazes de gestão de riscos. A governança corporativa adequada é fundamental para a longevidade e a sustentabilidade dos negócios, além de contribuir para um ambiente de negócios mais justo e transparente.

Em resumo, o conceito de ESG tem ganhado destaque nas empresas devido à sua importância tanto para o planeta quanto para a sociedade em geral. Companhias comprometidas com a abordagem de ESG estão mais bem posicionadas para enfrentar os desafios do século XXI, ao mesmo tempo em que criam valor para seus acionistas, clientes, funcionários e comunidades.

Além disso, a adoção de práticas sustentáveis e responsáveis pode contribuir para a redução de riscos, o aumento da eficiência e a atração de investimentos de longo prazo. Portanto, o conceito de ESG não deve ser visto apenas como uma tendência, mas como uma abordagem essencial para o sucesso e a sustentabilidade das empresas no mundo atual.

*Francis Polo é empresário do setor de energias renováveis