ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Polícia Civil desmancha esquema de compras falsas e desvio de celulares em Rio Preto
Investigação apontou que pessoas ligadas a uma operadora de telefonia móvel “compravam” aparelhos com representantes em nome de empresas, sem o consentimento, e depois desviavam a mercadoria
A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da Divisão Especializada em Investigações Criminais (DEIC) de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, desmanchou nesta terça-feira (5/9) um esquema de compras falsas e desvio de aparelhos celulares. Ao todo 10 pessoas foram indiciadas pelos crimes de fraude eletrônica, falsidade ideológica, integrar organização criminosa e receptação qualificada.
Segundo a Polícia Civil, o esquema estava sendo encabeçado por pessoas ligadas a uma empresa de telefonia móvel sediada em Rio Preto. O inquérito foi instaurado a pedido da empresa, que denunciou o caso para a polícia.
A investigação apontou que os suspeitos simulavam a compra dos celulares com a representantes da operadora, utilizando-se falsamente de dados de pessoas jurídicas e, quando os aparelhos eram enviados em comissionamento, eram desviados para destino incerto.
Depois, quando a operadora iniciava a cobrança dos valores das empresas cujos dados foram usados na aquisição, estas, por não terem adquirido qualquer produto, alegavam que jamais haviam contratado serviços ou adquirido telefones celulares, inclusive ingressando com ações cíveis contra a operadora.
A DIG comprovou que três empresas sediadas em Rio Preto, duas delas no mesmo endereço, por meio de falsificação de propostas de venda, adquiriam junto a operadora de telefonia móvel, planos e aparelhos telefônicos em nome de outras empresas, que tinham seus dados empresariais usados sem conhecimento e autorização, causando prejuízos tanto para as empresas quanto para a operadora.
Quando o grupo recebia os aparelhos, os eletrônicos eram desviados para o comércio local e de cidades da região.
Ainda segundo a DIG, o esquema criminoso usou indevidamente os dados de 18 empresas para a realização das aquisições fraudulentas, ocorrendo o desvio de 109 telefones celulares entre os anos de 2021 e 2022, todos de modelo “top de linha”.
Segundo levantamentos da investigação, a operadora suportou um prejuízo direto (telefones desviados) no valor de R$ 466.487,00 e estima um prejuízo indireto (ações indenizatórias) no valor de R$ 1.439.015,53.
Nas investigações, a polícia conseguiu recuperar uma parte desses aparelhos desviados, que já haviam sido vendidos para usuários, e identificou-se os integrantes do esquema.
A princípio, os envolvidos responderão pelos crimes em liberdade. A polícia continua trabalhando para localizar mais celulares desviados pelo grupo.