Polícia prende sete e apreende carros de luxo em nova fase da Operação Raio-X

A operação apura desvios de verbas da saúde pública por uma organização criminosa

Polícia prende sete e apreende carros de luxo em nova fase da Operação Raio-X - Divulgação


A Polícia Civil realizou a quarta fase da “Operação Raio-X” nas primeiras horas da manhã deste sábado e prendeu sete pessoas, apreendeu seis carros de luxo, dólares, joias e relógios nas cidades de São Paulo, Salto, Agudos e também Curitiba (PR). A operação apura desvios de verbas da saúde pública por uma organização criminosa que tem um médico de Birigui apontado como líder do esquema.


A operação foi desencadeada pela Deic/Deinter 10 destinada ao cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão relacionados com investigação realizada pelo Ministério Público de Carapicuiba, que compartilhou as informações dos processos da Operação Raio – X.

Participaram da Atuação de Campo, policiais civis do  Seccold (Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro) /Deic/Deinter 10, da DEIC/DEINTER 4, da DEIC/DEINTER 7, do DOPE e da Polícia Civil do Paraná. No total foram convocados 30 policiais que utilizaram 8 (oito) viaturas.

As ações para cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão e de prisão resultaram na prisão de seis homens e uma mulher, apreensão de seis carros de luxo, 13 relógios e três bolsas de grife, R$ 11,3 mil em dinheiro, US$ 170, sete telefones celulares, um HD externo e nove passaportes.

Operação

A “Operação Raio-X” foi deflagrada em 29 de setembro do ano passado, na região de Araçatuba,  para desmantelar um grupo criminoso especializado em desviar dinheiro destinado à saúde mediante celebração de contratos de gestão entre municípios e Organizações Sociais.De acordo com o Ministério Público, o grupo teria cometido os crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa e falsidade ideológica. Na ocasião, pelo menos 50 pessoas foram presas.

Investigação

A investigação, que conta com Inquéritos Policiais instaurados junto às comarcas de Penápolis e Birigui, teve a duração de aproximadamente dois anos, período este em que foi desvendado um gigantesco e sofisticado esquema de corrupção envolvendo agentes públicos e o desvio de milhões de reais em prejuízo da saúde.

Conforme o Ministério Público, a organização era liderada pelo médico Cleudson Garcia Montali, que por meio de suas organizações sociais (Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu), celebrou contratos de gestão mediante licitações fraudulentas com o poder público para administrar a saúde de diversos municípios e desviou parte do dinheiro repassado por força do contrato de gestão às OSs. O grupo, que tinha a participação de políticos, teria desviado R$ 500 milhões que deveriam ter sido investidos em hospitais e no tratamento da Covid-19.

A Operação Raio X  também efetuou prisões e buscas em municípios do Estado de São Paulo e dos estados do Pará, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. (Com informações do RP10)