Prefeitura de Braúna decreta estado de emergência após incêndio em aldeia indígena

Fogo destruiu 160 hectares de canaviais e pastagens, danificou a rede elétrica da aldeia e obrigou a evacuação de 160 moradores

Prefeitura de Braúna decreta estado de emergência após incêndio em aldeia indígena - Primeiro Impacto Interior/Reprodução


A Prefeitura de Braúna (SP) decretou estado de emergência no município após um incêndio de grandes proporções atingir a área da Aldeia Indígena Icatu, localizada em uma região cercada por canaviais. O fogo teve início na tarde de quarta-feira (4) e foi controlado apenas à noite.


As chamas destruíram uma área estimada em 160 hectares, o equivalente a 160 campos de futebol. Embora as casas da aldeia não tenham sido atingidas diretamente, o incêndio danificou a rede elétrica, deixando os imóveis sem condições de habitação.

Os 160 moradores da aldeia foram transferidos para a Escola Municipal Adolfo Hecht, no centro da cidade, que agora serve como abrigo temporário. As aulas foram suspensas para acomodar os indígenas, que estão recebendo alimentos e atendimento médico. Para aqueles que optaram por permanecer em suas casas, o suporte continua sendo oferecido, incluindo assistência alimentar e de saúde.

Segundo o Corpo de Bombeiros de Penápolis, o incêndio começou por volta das 16h e foi controlado por volta das 21h. O combate ao fogo envolveu não apenas os bombeiros, mas também voluntários de Braúna e cidades vizinhas, que utilizaram caminhões-pipa e máquinas agrícolas para controlar as chamas.

“NOSSA NATUREZA MORREU

O fogo consumiu, além dos canaviais, áreas de pastagem e uma reserva de preservação ambiental. As casas da aldeia foram protegidas graças a um cerco feito pelos bombeiros ao redor da comunidade.

“A situação foi muito preocupante, o fogo chegou bem perto das casas”, disse Carlos Alberto Imperial, professor da aldeia indígena Icatu e morador do local. Apesar das residências não terem sido queimadas, o professor explica que o impacto do incêndio foi devastador: “A nossa natureza morreu, perdemos nossos remédios. Isso significa que uma parte da gente morreu”, lamentou.

A prefeitura ressaltou que o incêndio trouxe graves prejuízos à comunidade indígena, cuja economia é baseada na agricultura de subsistência. A destruição de parte das terras cultiváveis agrava ainda mais a situação dos moradores, que dependem dessas áreas para o cultivo e sustento.