Salles diz querer ser candidato à Prefeitura de SP seja pelo PL ou outro partido

Ricardo Salles havia abandonado as pretensões de disputar a Prefeitura após a aproximação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) se tornar mais forte

Salles diz querer ser candidato à Prefeitura de SP seja pelo PL ou outro partido - Arquivo


Depois de recuar e desistir do recuo, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) pretende ser candidato a Prefeitura de São Paulo mesmo que não tenha o apoio do PL, sua atual legenda.


O parlamentar confirmou ao Estadão que está em conversas com outras siglas e que, hoje, seria candidato de toda forma. "Estou conversando com outros partidos e com o próprio PL, mas nada definido", disse ele, após publicar nas redes sociais que está de volta o jogo. Questionado diretamente se diria hoje que é candidato de toda forma, seja o PL ou em outro partido, ele reafirmou: "Sim. Essa é a ideia".

De acordo com a Coluna do Estadão, Ricardo Salles se encontrou nesta quarta, 4, com Jair Bolsonaro e ouviu do presidente um pedido para que continue no partido, com o argumento de que ainda falta muito para a definição da legenda sobre candidatura em São Paulo.

Ricardo Salles havia abandonado as pretensões de disputar a Prefeitura após a aproximação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) se tornar mais forte. O ex-chefe do Executivo tem sido aconselhado por integrantes do PL, incluindo o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, de que só tem chance de ver uma candidatura vitoriosa na capital se preferir um nome mais ao centro, já que a cidade de São Paulo costuma ter um comportamento um pouco mais à esquerda que o restante do Estado.

Apesar dessa avaliação, a reticência de Ricardo Nunes de colocar-se em defesa de Bolsonaro e admitir a proximidade em público incomodou integrantes do núcleo bolsonarista. O próprio ex-presidente afirmou que precisava resolver problemas em São Paulo em razão disso. O prefeito tem oscilado em suas declarações, ora exaltando Bolsonaro, ora driblando essa vinculação. O pior momento foi a fala de Nunes em uma palestra a estudantes dizendo que não era nem Lula nem Bolsonaro.

No episódio da greve dos funcionários do metrô, da CPTM e da Alesp, como mostrou a colunista Monica Gugliano, integrantes do PL ficaram incomodados com a reação de Ricardo Nunes, considerada pálida. Coube ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fazer o enfrentamento mais direto com o PSOL, partido ao qual a presidente do sindicato, Camila Lisboa, era filiada, e ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), hoje principal nome da esquerda na disputa municipal. Foi exatamente neste contexto que Salles se colocou de volta ao jogo nas redes sociais.