Venda no varejo bate recorde e atinge a maior receita em 15 anos

Faturamento cresceu 2% e alcançou a marca de R$ 40,5 bilhões, puxado pelos supermercados, farmácias e perfumarias

Venda no varejo bate recorde e atinge a maior receita em 15 anos - imagem ilustrativa/ Freepik


As vendas do comércio varejista na região de São José do Rio Preto registraram uma alta de 2% em 2023, em comparação com o ano de 2022, de acordo com as projeções da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e Sincomercio. 


Em números absolutos, o faturamento atingiu a marca de R$ 40,5 bilhões — maior cifra desde o início da série histórica, em 2008. O aumento de 2%, relativamente tímido, se deu sobre uma base forte de comparação, já que, em 2022, as vendas do varejo na região apontaram alta de 11,1% em relação a 2021.

Cinco das nove atividades analisadas registraram crescimento, com destaque para os supermercados, farmácias e perfumarias — que também alcançaram a maior receita da história —, e para as concessionárias de veículos, que se beneficiaram do incentivo fiscal do governo federal na metade do ano.

Segundo as projeções da Federação, em conjunto com o Sincomercio, o segmento de autopeças e acessórios e as lojas de vestuário, tecidos e calçados também tiveram resultado mais relevante desde 2008. Já as lojas de móveis e decoração e a atividade de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos ficaram muito próximas da estabilidade.

Por outro lado, após terem registrado o maior faturamento da história em 2022, o varejo de materiais de construção e o grupo de outras atividades, em que predomina a venda de combustíveis, registraram um desempenho negativo esse ano. De maneira geral, a alta na receita do varejo em 2023 foi motivada, principalmente, pela queda no desemprego e pela geração de empregos com carteira assinada, elevando a quantidade de pessoas em condições de consumir e resultando em uma maior injeção de recursos do décimo terceiro salário no fim do ano. 

Para se ter uma ideia, em âmbito nacional, a taxa de desemprego atingiu 7,6% no trimestre de agosto a outubro, menor patamar desde 2015. Além disso, entre janeiro e outubro, quase 1,8 milhão de empregos formais foram gerados no Brasil e cerca de 500 mil no Estado de São Paulo.

Outros fatores que contribuíram foram a queda da inflação ao longo dos últimos meses — principalmente sobre alimentos e bebidas —, que abriu espaço no orçamento doméstico de muitos lares, e o início do ciclo de redução da taxa Selic, gerando efeitos positivos sobre o poder de compra das famílias e sobre a confiança dos consumidores.  

Em dezembro, a FecomercioSP e o Sincomercio registraram um aumento de 4% nas vendas, atingindo R$ 3,92 bilhões, a maior receita mensal da série histórica, impulsionada pelos segmentos de supermercados, farmácias e perfumarias e lojas de vestuário, tecidos e calçados.

É sempre importante lembrar que faturamento é diferente de lucro. Nesse sentido, muitos empresários seguem trabalhando com margens apertadas para não perder clientes. Assim, para o próximo ano, a FecomercioSP e o Sincomercio indicam ter cuidado na formação dos estoques, considerando as incertezas no cenário internacional, a desaceleração da atividade econômica prevista para 2024, os juros ainda elevados, o alto nível de famílias endividadas e os indícios de falta de compromisso do governo com as contas públicas, que podem trazer instabilidades. Por esses motivos, os empresários devem priorizar o reforço do caixa.