O Brasil recebeu oficialmente, nessa terça-feira (12), a recertificação de país livre do sarampo, em cerimônia promovida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). O certificado foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra da Saúde, Nísia Trindade. Após alcançar essa marca pela primeira vez em 2016, o país perdeu o status em 2018, quando a baixa cobertura vacinal permitiu a reintrodução do vírus. Com a nova certificação, o Brasil contribui para que as Américas recuperem o status de região livre de sarampo endêmico.
Segundo Lula, o reconhecimento “é fruto da retomada e da competência do sistema de vacinação brasileiro”, destacando o esforço contínuo em imunização. Para assegurar a eliminação do vírus, o Governo Federal intensificou a vacinação em áreas de difícil acesso e fronteiras, buscou ativamente casos suspeitos e promoveu o Dia S de combate ao sarampo. Além disso, foram organizadas oficinas de resposta rápida e cursos online de manejo clínico da doença, todos articulados pelo Plano de Ação para Sustentabilidade da Eliminação da Rubéola e Sarampo, atualizado em 2024 pelo Ministério da Saúde.
Nísia Trindade, ministra da Saúde, celebrou o resultado como “um dia especial” e atribuiu o avanço à colaboração entre gestores, a comunidade científica e o Sistema Único de Saúde (SUS). A ministra enfatizou a importância de programas como o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e as ações de vigilância em saúde, com um financiamento federal que, em 2023, ultrapassou R$724 milhões, fortalecendo laboratórios estaduais e campanhas de multivacinação em 5.570 municípios do Brasil.
RECUPERAÇÃO DA CERTIFICAÇÃO
A certificação de país livre do sarampo foi concedida ao Brasil pela primeira vez em 2016, mas a queda na cobertura vacinal e o intenso fluxo migratório permitiram que o vírus voltasse a circular em 2018. Desde então, o país registrou 39.779 casos até 2022. Para reverter o quadro, o Brasil implementou um microplanejamento, método recomendado pela OMS, focado em campanhas de vacinação adaptadas às necessidades locais.
Em 2023, um ano marcado pelo aumento alarmante de casos de sarampo em regiões como a Europa, o Brasil intensificou o Movimento Nacional pela Vacinação, e, no final de novembro, as evidências de controle do vírus foram reconhecidas. O Brasil conseguiu atender aos critérios da Opas/OMS, demonstrando ausência de transmissão endêmica do vírus por pelo menos um ano e reforçando sua resposta rápida a novos casos.
AVANÇOS NA COBERTURA VACINAL
O Ministério da Saúde reforça a necessidade de vacinação contínua para evitar a reintrodução do sarampo, especialmente em crianças não imunizadas. Em 2023, houve um aumento na cobertura de 13 das 16 vacinas do calendário nacional, com destaque para a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, e que teve um crescimento na adesão, passando de 80,7% em 2022 para 92,3% em 2024.
A continuidade dos esforços no fortalecimento da imunização é vista como essencial para manter o Brasil e as Américas livres do sarampo.
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