Brasil tem atuação desastrosa, Uruguai derruba tabu e Diniz perde a 1ª na seleção

Darwin Núñez abriu o placar no primeiro tempo, pouco antes de Neymar sair de campo com grave lesão no joelho. De la Cruz deu números finais ao jogo na etapa complementar

Brasil tem atuação desastrosa, Uruguai derruba tabu e Diniz perde a 1ª na seleção - Vitor Silva/CBF


O Brasil teve uma quinta-feira para esquecer nas Eliminatórias da Copa. A seleção jogou mal e perdeu para o Uruguai por 2 a 0 no Estádio Centenário de Montevidéu, a primeira derrota de Fernando Diniz no comando da equipe.


O resultado fez os uruguaios derrubarem um tabu de 22 anos sem ganhar dos brasileiros. Darwin Núñez abriu o placar no primeiro tempo, pouco antes de Neymar sair de campo com grave lesão no joelho. De la Cruz deu números finais ao jogo na etapa complementar.

A seleção brasileira sai dessa Data Fifa menor do que entrou. A empolgação com Fernando Diniz por causa das vitórias sobre Bolívia e Peru foi freada bruscamente com as atuações capengas diante de Venezuela e Uruguai. Houve muitos problemas na equipe, que não soube se movimentar de forma a envolver os adversários e criar lances de perigo para além das bolas paradas.

"A curto prazo temos de ser realistas: precisamos melhorar, é inevitável. O momento não é bom, temos de seguir crescer e implementar o estilo de jogo o quanto antes. Com a adaptação, jogaremos melhor", analisou o capitão Casemiro após o duelo.

Diniz repetiu durante essa estada com a seleção que seu objetivo não era testar novos atletas. Por isso, manteve a base de Tite, com mudanças de peças pontuais, mas tentando alterar completamente o modelo de jogo brasileiro. Resta saber se o técnico do Fluminense insistirá nesse modelo ou passará a dar oportunidades a outros atletas antes de passar o comando para Carlo Ancelotti.

O Brasil volta a se reunir no mês de novembro para o que devem ser os últimos jogos oficiais de Diniz no comando da seleção, uma vez que em 2024 há apenas amistosos previstos para o primeiro semestre. No dia 16, em Barranquilla, a equipe pentacampeã mede forças com a Colômbia. No dia 21, o Maracanã será palco do grande clássico com a Argentina.

A partida começou com ares de tensão e constantes reclamações contra a arbitragem venezuelana. O Uruguai foi mais incisivo e pressionou a saída de bola, à la Diniz, da seleção brasileira, criando perigo nas proximidades da área. O Brasil produzia descidas esporádicas ao ataque, sempre em velocidade, tendo Vinícius Júnior como protagonista. Os dois times sequer chutavam a gol.

A seleção brasileira teve muitas dificuldades para reter a posse de bola ofensivamente e fez um jogo centrado em um único atleta ao longo do primeiro tempo. Se ante a Venezuela, Neymar tomou os holofotes para si, em Montevidéu foi Vini o regente da equipe. Desse modo, os momentos mais agudos do Brasil se reduziram a jogadas individuais. A marcação forte dos uruguaios, com passes interceptados e faltas excessivas, também impediu que o Brasil conseguisse encontrar soluções e boicotou a criatividade da seleção.

A proatividade uruguaia gerou bons frutos, ainda que no apagar das luzes da etapa inaugural. Em uma jogada pela esquerda, Maxi Araújo, em velocidade, ganhou da marcação e fez o cruzamento. Marquinhos errou na marcação, e Darwin Núñez anotou de cabeça o primeiro gol do jogo, na primeira finalização do duelo.

Neymar que vinha tendo uma atuação completamente apagada, se lesionou logo após o gol. O atacante torceu o joelho esquerdo e precisou ser substituído, saindo amparado pelos médicos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A suspeita é de uma contusão grave, mas exames de imagem poderão atestar o que ocorreu.

Com Richarlison no lugar de Neymar, Diniz tentou aumentar a presença brasileira no setor de ataque, recuando Gabriel Jesus e deixando o atacante do Tottenham como referência. Dada a desvantagem no placar, a seleção se soltou um pouco mais, mas ainda faltou objetividade. Repetindo o roteiro dos jogos com Venezuela e Peru, o Brasil apostou nos cruzamentos e bolas paradas.

Aos 24 minutos do segundo tempo apareceu o lance mais perigoso brasileiro contra a meta uruguaia. Rodrygo bateu falta de longe e a bola carimbou o travessão. Diniz abriu mão do lateral Yan Couto e colocou o atacante David Neres em campo. O efeito pouco pôde ser sentido, porque logo o Uruguai ampliou o placar.

Após cobrança de lateral em direção à grande área, os zagueiros do Brasil se atrapalharam e permitiram que Núñez, caindo, pudesse achar De la Cruz no meio da área. O meia do River Plate, que desperta interesse de Palmeiras e Flamengo, só teve o trabalho de estufar a rede em Montevidéu. Empolgados, os torcedores uruguaios passaram a gritar "olé" a cada vez que a equipe celeste tocava na bola.

FICHA TÉCNICA

URUGUAI 2 X 0 BRASIL

URUGUAI - Rochet; Nández (Bruno Méndez), Ronald Araújo, Cáceres e Mathías Oliveira (Viña); Valverde, Ugarte e De la Cruz; Pellistri (Piquerez), Maxi Araújo (Vecino) e Darwin Núñez. Técnico: Marcelo Bielsa.

BRASIL - Ederson; Yan Couto (David Neres), Marquinhos, Gabriel Magalhães e Carlos Augusto (Guilherme Arana); Casemiro, Bruno Guimarães (Raphael Veiga) e Neymar (Richarlison); Vinícius Júnior (Matheus Cunha), Rodrygo e Gabriel Jesus. Técnico: Fernando Diniz.

CARTÕES AMARELOS - Gabriel Jesus, Ederson, Casemiro, Rodrygo, Nández, Ronald Araújo, Darwin Núñez e Matheus Cunha.

GOLS - Darwin Núñez, aos 42 minutos do primeiro tempo; De la Cruz, aos 31 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO - Alexis Herrera (VEN).

PÚBLICO E RENDA - Não divulgados.

LOCAL - Estádio Centenário, em Montevidéu.