CBF rejeita possibilidade de cancelar jogos do Brasileirão de 2022 sob suspeita

Partidas são investigadas pelo Ministério Público após operação em Goiás

CBF rejeita possibilidade de cancelar jogos do Brasileirão de 2022 sob suspeita - Divulgação/CBF


Apesar de o Ministério Público de Goiás (MP-GO) ver indícios de que pelo menos seis partidas da Série A do Campeonato Brasileiro do ano passado tenham tido algum tipo de manipulação, a CBF não cogita cancelar ou rever os resultados das partidas sob suspeita.


Além dos casos apresentados pelo MP-GO na terça-feira, quando foi deflagrada a segunda fase da Operação Penalidade Máxima, três partidas da Série B de 2022 também tiveram seus resultados colocados em xeque. A manipulação nesses jogos foi apontada na primeira fase da operação.

O cancelamento das partidas, contudo, é rejeitado pela CBF. O Estadão apurou que a entidade vê como inviável qualquer medida nesse sentido, uma vez que os resultados das duas séries já foram homologados, as premiações já foram distribuídas e a edição de 2023 já começou. Além disso, as investigações do MP-GO demonstraram até agora "apenas" o envolvimento de alguns atletas, e em ações específicas dentro das partidas. Não há qualquer indício da participação de clubes.

Em nota, a CBF afirmou que "não existe essa possibilidade (de cancelar os jogos)", mas ressaltou que "apoia toda e qualquer ação legal que traga transparência e lisura aos campeonatos que organiza e a todo o esporte brasileiro".

"A CBF investe uma quantia importante e vultosa no rastreamento e monitoramento de partidas, através da Sport Radar, empresa que atua também para a Fifa e a Conmebol e é mundialmente conhecida por sua expertise neste tipo de trabalho. Isso não acontece somente nas competições que a CBF realiza. A entidade também custeia o mesmo serviço para todas as federações do Brasil", informou a confederação.

"Interferências externas em resultados ou em situações de jogo são uma epidemia global que, para ser solucionada, precisa punir de forma exemplar e urgente, os responsáveis por essa prática nefasta", sustentou a CBF.

A menção a federações estaduais remete, ainda que indiretamente, ao fato de jogos de campeonatos regionais também estarem na mira do Ministério Público goiano. Partidas dos campeonatos Paulista, Gaúcho, Goiano e Matogrossense estão na mira no órgão.