Confira os codinomes e os detalhes do plano para o golpe de Estado

Alvos incluíam Lula, Alckmin e Moraes; militares usavam nomes de países para comunicação

Confira os codinomes e os detalhes do plano para o golpe de Estado - Reprodução


A Operação Contragolpe, que prendeu quatro militares e um policial federal na manhã desta terça-feira (19), revelou os codinomes utilizados no plano golpista, chamado "Punhal Verde e Amarelo", que previa o assassinato de lideranças políticas e judiciais em dezembro de 2022.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) eram identificados pelos conspiradores como "Jeca" e "Joca", respectivamente. Um terceiro codinome, "Juca", também foi citado no grupo, e os investigadores acreditam que ele se refere ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, então senador eleito e futuro ministro da Justiça. Dino era descrito como "eminência parda do 01 e das lideranças do futuro governo". Já o ministro Alexandre de Moraes foi chamado de "Professora" pelos golpistas.

Para manter a discrição, os investigados usavam codinomes baseados em países que participaram da Copa do Mundo de 2022, como Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana. Em mensagens trocadas no aplicativo Signal, esses nomes foram usados para detalhar o plano que incluía o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes no dia 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação do petista no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Entre os presos estão Mário Fernandes, general reformado do Exército, e os "kids pretos" Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, militares especializados em Operações Especiais, além do policial federal Wladimir Matos Soares.

AÇÃO DA PF E KIDS PRETOS

Os "kids pretos" são militares treinados em Operações Especiais, com especializações em guerra não convencional e contraterrorismo. Eles atuam sob sigilo, com autorização direta do Comando do Exército.

Cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e 15 medidas cautelares foram cumpridos em estados como Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal, com apoio do Exército Brasileiro. As medidas incluem a proibição de contato entre os envolvidos, entrega de passaportes e afastamento de funções públicas.

A operação desarticulou o grupo responsável por planejar um golpe de Estado para impedir a posse de Lula e restringir o livre exercício do Poder Judiciário. As investigações continuam.