Eduardo Leite azeda ainda mais relação com Doria durante debate tucano

João Doria, governador de SP e Eduardo Leite, governador do RS, protagonizaram o quiz feito pelos jornalistas do O Globo e Valor Econômico. Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus, figurou como coadjuvante

Eduardo Leite azeda ainda mais relação com Doria durante debate tucano - Reprodução


O debate entre os pré-candidatos à presidência pelo PSDB para as eleições de 2022, foi marcado por sorriso amarelo e pouca camaradagem. João Doria, governador de SP e Eduardo Leite, governador do RS, protagonizaram o quiz feito pelos jornalistas do O Globo e Valor Econômico. Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus, figurou como coadjuvante.


Doria e Leite que mantinham o clima de correligionários até dias atrás, deixaram as aparências de lado. Leite partiu para o ataque, Doria manteve a postura dando ênfase nas realizações de seu governo. Quem acreditou que Leite estaria na disputa apenas por causa das boas intenções partidárias, agora passou e enxergar que o gaúcho tem pretensões reais quando o assunto é candidatura à Presidência da República.

Em alguns momentos, Leite chegou a fazer pergunta para Virgílio apenas para atacar Doria, sem mesmo ter interesse na resposta do ex-senador. Porém a vantagem, na prática, ficou com Doria, principalmente nas questões relacionadas a retomada econômica, saúde e educação, visto que, o paulista se respaldava nas realizações da gestão administrativa feita em SP, as respostas de Doria deixou o gaúcho sem fôlego para continuar os ataques. Doria se fortificou ainda mais quando o assunto era pandemia, expôs a luta para conseguir emplacar a vacinação no país, enfrentou o negacionismo de Bolsonaro, buscou na justiça a vacina da covid e mostrou as reformas fiscais e administrativas realizadas. "Eu sou liberal sim, mas consciente, estou fazendo a desestatização de verdade no estado, reformas administrativas que já renderam 50 bilhões aos cofres, gerei 200 mil empregos em obras estatais, temos o crescimento da economia do estado avaliada em 7,5% e o acumulado na gereção de emprego (vagas com carteira assinada) em quase 800 mil, de janeiro a agosto, nenhum outro estado teve o desempenho de SP", afirmou.

Leite por sua vez escorregou ao defender mais a economia do que a democracia quando disse preferir dar atenção aos problemas econômicos do que aos políticos, isso em resposta a jornalista Mirian Leitão. Eduardo Leite ainda se defendeu ao mostrar a gestão dele e afirmou que o Rio Grande do Sul está com as contas em dia. "Os salários estão em dia, coisa que não acontecia há pelo menos 20 anos no estado. Diminui impostos e 2022 será o melhor ano para nosso estado", concluiu. O gaúcho ainda desafiou os políticos e disse que pode sair de vice-candidato de outro candidato a presidência, se for para ajudar o país.

Sobre os apoiadores dos pré-candidatos, Leite afirmou estar feliz com o PSDB Minas Gerais ao seu lado e que valoriza cada apoiador. O gaúcho parace acreditar que os fins justificam os meios quando declarou não se incomodar com o apoio do tucano Aécio Neves e de outros políticos envolvidos em escândalos. “Eu não estou aqui para julgar nenhum erro de nenhum político, eu julgarei os meus erros, se assim o fizer", afirmou.

Arthur Virgílio foi para o debate, aparentemente, sem ter feito a lição de casa. Se embananou nas respostas e parecia estar em um jantar instituconal do partido quando o costume é tapinha no ombro. Errou ao falar da Zona Franca de Manaus, ao defender que a estrutura produtiva no Norte sustenta a floresta Amazônia, Virgílio ainda afirmou que não entregaria o sistema da Zona Franca ao ajuste fiscal. O prejuízo da Zona franca de Manaus as contas públicas chega a 25 bilhões de reais. 

Os três pré-candidatos do PSDB à disputa pela presidência em 2022 foram unânimes ao concordar com o esquema de votação digital que o partido escolheu para contabilizar os votos nas prévias. Doria diz confiar plenamente na questão.

As prévias, estão marcadas para o dia 21 de novembro, e vai definir qual dos figurões da sigla entrará na disputa real pelo cargo de maior poder no Brasil, a Presidência da República. Com mediação da jornalista Vera Magalhães, âncora do Programa Roda Viva da TV Cultura, o debate durou duas horas e meia e foi transmitido pelas redes sociais dos jornais envolvidos na organização.

Para quem assitiu o debate a lição que parece ter ficado foi de três políticos bem distintos. João Doria sendo um gestor low profile, Arthur Virgílio, um tucano emotivo e Eduardo Leite com complexo de Doria(n) Gray, leia-se Oscar Wilde, querendo ser João Doria.