Empresária de Rio Preto investigada por financiar atos golpistas no STF é presa em operação da Polícia Federal

Segundo a Polícia Federal, ela é suspeita de financiar atos golpistas e terroristas ocorridos em 8 de janeiro, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal, em Brasília

Empresária de Rio Preto investigada por financiar atos golpistas no STF é presa em operação da Polícia Federal   - Reprodução/ Facebook/ Arquivo pessoal


A Polícia Federal prendeu, na manhã desta sexta-feira (17), no Jardim Maracanã, em São José do Rio Preto, no interior de SP, a empresária autônoma Kátia Graceli, de 59 anos, investigada por atuar nos atos golpistas e terroristas no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal, em 8 de janeiro deste ano, uma semana após a posse do presidente Lula (PT). O mandado de prisão foi expedido pelo STF.


Em sua conta no Twitter, Kátia se descreve como conservadora de Direita, cristã e apoiadora do agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A ação faz parte da oitava fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada hoje com o objetivo de identificar pessoas que participaram, financiaram, omitiram-se ou fomentaram os atos golpistas que vandalizaram o STF e destruíram obras artísticas de riqueza histórica e de patrimônio público.

Policiais federais cumprem 46 mandados de busca e apreensão e 32 mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, São Paulo e no Distrito Federal.

Em Penápolis, dois homens que participaram dos atos foram presos. Um deles é conhecido como “Irmão Fábio”, que foi preso na casa dele. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, no dia da invasão, ele aparece sentado na cadeira do ministro Alexandre de Moraes, já retirada do prédio do STF. Sentado na poltrona, ele xinga o magistrado.

O outro, Erlon Paliota Ferrite, ex-chefe do serviço de ambulâncias da Prefeitura de Penápolis, também foi preso na cidade.



Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Por meio de nota, os advogados informaram que, em oitiva na delegacia da Polícia Federal, Kátia declarou ser inocente das acusações. Os advogados informaram ainda, que irão atuar para comprovar que os crimes imputados à sua cliente não são devidos. Confira na íntegra abaixo:

“Os Advogados vêm a público, para esclarecer que nesta data 17/03/2023, a Polícia Federal em cumprimento ao Mandado de Prisão expedido pelo Sr. Dr. Ministro Alexandre de Moraes, no bojo da operação LESA PATRIA, que investiga atos praticados em 08/01/2023 em Brasília-DF, a investigada K.G.A.P., foi presa preventivamente. Contudo, a Defesa irá atuar nos autos do Operação para a devida comprovação de que os crimes que lhe foram imputados não são devidos, conforme as declarações da Acusada, de sua total inocência. Na sede da Polícia Federal local a investigada passou pela Audiência de Custodia, presidida pelo Magistrado Auxiliar do Ministro Alexandre de Moraes. Nesta Audiência, verificou-se somente se seus Direitos foram resguardados, sendo que os requerimentos da defesa pela Liberdade Provisória que serão apreciados posteriormente pelo então Ministro Alexandre de Moraes.”

A autônoma foi encaminhada para o presídio feminino de Nhandeara, no interior de SP.

A defesa de Erlon informou que ele permanece preso, aguardando audiência de custódia. O sbtinterior.com não conseguiu contato com o advogado do Irmão Fábio, mas o espaço permanece aberto.

Denúncias

Caso tenha informações sobre a identificação de pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os fatos ocorridos em 8 de janeiro, em Brasília (DF), a Polícia Federal solicita  que as encaminhe para o e-mail denuncia8janeiro@pf.gov.br.