Empresas veem risco elevado de recessão nos EUA em 2023, mostra pesquisa

O risco de que os Estados Unidos enfrentem uma recessão neste ano "continua elevado", de acordo com pesquisa elaborada pela Associação Nacional de Economia Empresarial (Nabe, na sigla em inglês). Além disso, as empresas consultadas apontam que as vendas mais fracas pressionam suas margens, mostra o levantamento, publicado nesta segunda-feira, 23.

A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 11 de janeiro, com a participação de 60 membros da Nabe, para avaliar como as empresas veem as condições de negócios nas próprias companhias ou em seus setores, bem como a perspectiva de curto prazo. Há "preocupação disseminada de que se entre em recessão neste ano" no país, afirma a presidente da associação, Julia Coronado, em relatório sobre a pesquisa. Segundo ela, pela primeira vez desde 2020 a maioria dos consultados espera queda, e não aumento no emprego em suas companhias nos próximos três meses.


Mais da metade dos que responderam à pesquisa acreditam que os EUA já estão em recessão (3%); ou entrarão em recessão nos próximos 12 meses (53%). Em outubro, porém, era ainda maior esse grupo: 64% dos consultados acreditavam que o país já estava em recessão ou entraria nela nos 12 meses seguintes.

Em momento de foco na inflação, as empresas consultadas continuavam a repassar ao menos parte de seus aumentos de custos para os consumidores. Segundo 77%, suas empresas repassavam todo ou parte desses aumentos, enquanto 13% diziam que não ocorriam repasses desse tipo no quadro atual.

Outro ponto destacado na pesquisa é que metade dos consultados reportou não haver problemas para conseguir trabalhadores, insumos ou bens de capital. Já 40% disseram que ainda enfrentavam problemas para conseguir pessoal qualificado. Entre os que passavam pelo problema, 14% indicaram que a falta de trabalhadores já começava a perder fôlego, e 33% esperavam que isso melhorasse em 2023.