Estado de SP passa a ser o de maior potência em energia solar do Brasil

Pela primeira vez desde 2016, Minas Gerais perde a liderança para outro estado do país; Araçatuba conta atualmente com 4.339 unidades geradoras de energia elétrica a partir da irradiação solar

Estado de SP passa a ser o de maior potência em energia solar do Brasil - Divulgação


São Paulo ultrapassou Minas Gerais e se tornou, pela primeira vez, o estado brasileiro com o maior volume de potência instalada em energia solar no segmento de GD (geração distribuída). É o que apontam dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ao todo, os municípios paulistas somam 276,2 mil sistemas fotovoltaicos com 2.437 MW de capacidade instalada, enquanto que os mineiros contabilizam 220,3 mil conexões com 2.434 MW. 


Essa é a primeira vez desde 2016 que Minas Gerais perde a liderança para outra localidade do país. Desde que o estado assumiu a primeira colocação geral, São Paulo e Rio Grande do Sul alternavam a segunda posição do ranking ao longo dos anos.

Em 2022, o estado de São Paulo foi o que mais adicionou potência instalada em energia solar no segmento de micro e minigeração distribuída no Brasil, com mais de 1.161 MW, um número maior que o de Minas Gerais (840 MW). O crescimento é puxado pela classe de consumo residencial, que conta com 1,3 GW e 237 mil conexões. Os segmentos comercial, rural e industrial somam potência de 675 MW, 238 MW e 143 MW, respectivamente.

O setor ainda foi beneficiado pelo Decreto Legislativo 2.531/22, aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em novembro do ano passado, que concedeu a isenção do imposto sobre circulação para microgeradores, minigeradores e centrais de geração de energia solar. Com 276 mil sistemas fotovoltaicos, o mercado paulista beneficia atualmente 322 mil consumidores.

Com o crescimento, São Paulo superou Minas Gerais, líder nacional desde 2016. Agora o mercado mineiro está na segunda colocação, com 2,434 GW. Rio Grande do Sul (1,966 MW), Paraná (1,758 MW) e Mato Grosso (1,040 MW) completam as cinco primeiras colocações.

Araçatuba

A maior cidade da região ganhou até o ano passado 2.195 sistemas fotovoltaicos. Os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que Araçatuba fechou 2022 com mais sistemas do que foi instalado nos sete anos anteriores, que juntos somam 1.926.

No total, a cidade conta hoje com 4.339 unidades geradoras de energia elétrica a partir da irradiação solar. Como a energia gerada pode ser compartilhada com outros imóveis sob o mesmo CPF ou CNPJ, 5.221 unidades utilizam o crédito gerado por esses sistemas. A potência atual de todos os projetos fotovoltaicos instalados em Araçatuba é de 31.590,06 kW.

O levantamento foi realizado junto à Aneel pelo engenheiro Francis Polo, CEO de uma empresa que desenvolve projetos e instala sistemas fotovoltaicos sediada em Araçatuba, e com unidades em São José do Rio Preto e Sorocaba (SP), Curitiba e Umuarama (PR). Para ele, grande parte desse desempenho foi resultado da Lei nº 14.300/2022 (Marco Legal da Geração Distribuída), que definiu prazo até 6 de janeiro de 2023, para que consumidores homologuem projetos e não paguem alguns impostos até 2045.

A primeira instalação fotovoltaica em Araçatuba ocorreu em 2015 e foi o único daquele ano, sendo que aumentou gradativamente nos períodos posteriores: 2016 – 3; 2017 – 13; 2018 – 54; 2019 – 135; 2020 – 409; 2021 – 1.311; 2022 – 2.195.

Benefícios

Francis Polo afirma que são diversos os benefícios da energia solar fotovoltaica, começando pelo seu baixo impacto ambiental, sendo uma das mais sustentáveis do mundo, renovável e limpa, uma vez que não emite poluentes nem utiliza matérias-primas escassas na natureza. O sistema também contribui para a diminuição da poluição sonora. O seu funcionamento é silencioso e discreto, evitando a produção de ruídos desagradáveis.

Sistemas de energia fotovoltaica também são sustentáveis no seu descarte, uma vez que podem ser reciclados com uma eficiência de até 97%.

“Esse tipo de sistema de geração de energia também não requer um cuidado de manutenção exaustivo, e sim apenas uma limpeza ocasional. Além disso, a sua matéria-prima – a luminosidade do sol – é inesgotável e gratuita. Os módulos de captação duram no mínimo 25 anos, pagando-se em apenas quatro. Por fim, a economia proporcionada pode chegar até 95% do total da conta de luz”, garante o empresário.