Estudantes pedem revogação do novo ensino médio em Birigui

Jovens afirmam que alterações no sistema prejudica busca por vagas em universidades

Estudantes pedem revogação do novo ensino médio em Birigui - Fernando Pessoa/SBT Interior


​​Cerca de 80 estudantes se organizaram e participaram de uma manifestação em apoio ao Dia Nacional de Mobilização pela Revogação do Novo Ensino Médio nesta quinta-feira (15). Atos foram organizados em todo o País.


O objetivo do protesto foi pressionar o governo federal para reverter o que eles chamam de “retrocessos impostos ao processo de ensino e aprendizagem de crianças e jovens brasileiros e brasileiras”.

O protesto ocorreu na praça James Mellor (antigo Paço Municipal), de onde os estudantes sairão em passeata até a sede da Diretoria Regional de Ensino de Birigui, localizada na rua João Galo, no Centro.

"A maneira que se encontra esse novo Ensino Médio é vergonhosa. A cada dia que passa, o estudante fica mais prejudicado e com dificuldades de conseguir entrar em uma universidade de qualidade. Por isso, hoje estamos reunidos para que haja essa revogação", disse ao SBT Interior o estudante Leonardo Henrique de Oliveira, que representa o grupo.

"Nós não conseguimos mais estudar. Diminuíram as aulas de língua portuguesa e matemática e tiraram disciplinas básicas das nossas escolas. Nós estamos indo na escola estudando conteúdos que não serão vantajosos nas nossas vidas. Nós não somos números, somos estudantes", completou.

O QUE É O NOVO ENSINO MÉDIO

A estrutura do ensino médio foi alterada com ampliação do tempo mínimo do estudante na escola de 800 para 1000 horas anuais, com uma nova organização curricular.

Essa organização é classificada pelo governo como sendo mais flexível, que contemple uma BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e a oferta de diferentes possibilidades de escolhas aos estudantes, os itinerários formativos (conjuntos de disciplinas), com foco nas áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional.

A mudança, segundo o MEC, "tem como objetivos garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros e de aproximar as escolas à realidade dos estudantes de hoje, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em sociedade.”

​A mudança, na visão de entidades​ estudantis​, é unilateral e antidemocrática, já que foi definida por meio de Medida Provisória, enviada ao Congresso pelo ex-presidente Michel Temer em 2016 sem ouvir setores da educação.​