Hoje na seleção, Antony relembra infância: "Eu driblava os traficantes"

Atacante nasceu na favela do Inferninho, em São Paulo, e agora se prepara para disputar a Copa do Mundo

Em Turim com a seleção brasileira para a preparação para a disputa da Copa do Mundo, o atacante Antony teve artigo publicado nesta terça-feira (15) pelo The Players Tribune. No relato, o jogador de 22 anos relembrou as dificuldades na infância.

Antony nasceu na favela do Inferninho, em São Paulo. Por isso, o título do artigo é "O Moleque do Inferninho". Ele foi revelado pelo São Paulo, atuou pelo Ajax, da Holanda, e se transferiu em agosto para o poderoso Manchester United, da Inglaterra, numa tranferência de 100 milhões de euros.


"Algumas das coisas que eu vi?. só quem já viveu pode entender. Uma vez, na minha caminhada para a escola, quando eu tinha uns 8 ou 9 anos, encontrei um homem deitado no beco. Só que ele não estava se mexendo. Quando me aproximei, percebi que ele estava morto. Na favela, você fica meio anestesiado para algumas situações. Não havia outro caminho a seguir, e eu tinha que ir para a escola. Então, eu só fechei meus olhos e pulei o cadáver", relembrou Antony em um trecho do artigo.

"Eu driblava os traficantes. Dava elástico nos bandidos, chapéu nos motoristas de ônibus, canetava os ladrões... Não tava nem aí, não. Com a bola no pé, eu não tinha medo", acrescentou o atacante.