Hospital de Base de Rio Preto capacita profissionais em Araçatuba para fortalecer a doação de órgãos

Nos dias 15 e 16 de agosto, a Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital de Base de São José do Rio Preto realiza em Araçatuba, no Unisalesiano, mais uma edição do Curso de Determinação de Morte Encefálica

Hospital de Base de Rio Preto capacita profissionais em Araçatuba para fortalecer a doação de órgãos - Divulgação


Voltada a profissionais de saúde de toda a região, a capacitação busca qualificar equipes para a identificação precisa da morte encefálica e para aprimorar a comunicação em situações críticas com famílias enlutadas.


Com foco na formação técnica e humanizada, o curso também tem como meta ampliar a aceitação familiar para a doação de órgãos, contribuindo para salvar vidas por meio dos transplantes.

O coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital de Base, Dr. João Fernando Picollo, explica que o serviço é responsável por toda a gestão das doações de órgãos e tecidos. “Em Rio Preto, coordenamos as atividades das DRS de Araçatuba e Rio Preto. É fundamental ter alguém supervisionando todas as ações, garantindo visibilidade e segurança nesse processo. Quem deseja ser doador precisa comunicar a família, pois no Brasil a autorização é concedida por parentes de até segundo grau”, ressalta.

Entre os convidados, o coordenador estadual de Transplantes de Santa Catarina, Dr. Joel de Andrade, destacou a importância de preparar novos profissionais. “O curso ensina técnicas de comunicação com famílias de pacientes graves ou que faleceram. É essencial que o profissional saiba se fazer entender e também interpretar o que a família comunica. Em Santa Catarina, mantemos desde 2017 mais de 40 doadores por milhão de habitantes e taxa de recusa abaixo de 30%, mas queremos avançar ainda mais. Na Espanha, por exemplo, a taxa de recusa é de 15% e a doação chega a 50 por milhão”, afirmou.

A OPO do Hospital de Base conta com uma equipe de cinco enfermeiros e um médico coordenador, disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana. O trabalho contribuiu para que Rio Preto atingisse um dos melhores índices de aceitação familiar do país — 31 doadores por milhão de habitantes, acima da média paulista (22 pmp) e próximo a estados referência, como Paraná e Santa Catarina (42 pmp).

Desde a sua criação, a OPO já capacitou mais de 700 profissionais em mais de 140 municípios das DRSs XV e II, consolidando-se como referência regional em educação e atendimento humanizado no processo de doação.

O Brasil é o segundo maior transplantador de órgãos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Dados do Ministério da Saúde indicam que mais de 88% dos transplantes no país são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de forma integral e gratuita.

A capacitação em Araçatuba representa mais um passo para fortalecer a rede de profissionais aptos a garantir diagnósticos seguros, acolhimento qualificado às famílias e a continuidade do ciclo da vida por meio da doação de órgãos.