Jair Bolsonaro será ouvido pela PF em inquérito que investiga ações do filho nos EUA

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestará depoimento à Polícia Federal na próxima quinta-feira, 5 de junho, no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura a conduta de seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A investigação foi aberta após um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), aceito pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

Eduardo Bolsonaro passou a ser investigado nesta segunda-feira (26), acusado de tentar pressionar o governo dos Estados Unidos a impor sanções contra integrantes do STF, do Ministério Público e da própria PF. Segundo a PGR, a iniciativa teria como objetivo dificultar o andamento das investigações que tramitam contra seu pai no Supremo — entre elas, a que o tornou réu por tentativa de golpe de Estado.

No despacho que autorizou a investigação, Moraes apontou indícios de três possíveis crimes: coação no curso do processo penal, obstrução de investigação contra organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A movimentação internacional ganhou novo capítulo nesta quarta-feira (28), quando os Estados Unidos anunciaram restrições de visto para “autoridades estrangeiras que sejam cúmplices na censura de americanos”. Apesar de não citar nomes, o secretário de Estado Marco Rubio mencionou a América Latina como exemplo de onde a medida poderia ser aplicada, levantando especulações sobre um possível foco no ministro Alexandre de Moraes.

Caso se confirme, será a primeira vez que a chamada Lei Magnitsky — usada para punir violadores graves de direitos humanos — seria aplicada contra um integrante de Suprema Corte. Até agora, a norma tem sido usada contra membros de regimes autoritários, grupos terroristas e envolvidos em crimes como lavagem de dinheiro e assassinatos em série.