Jogadores retornam ao Brasil após fuga da guerra na Ucrânia

Atletas do Shakhtar Donetsk, Pedrinho, Maycon e Marlon desembarcaram em território brasileiro nesta terça

Jogadores retornam ao Brasil após fuga da guerra na Ucrânia - Divulgação/Shakhtar Donetsk


Desembarcou na manhã desta terça-feira (1º de março), em São Paulo e no Rio de Janeiro, parte do grupo de jogadores brasileiros que ficaram presos por alguns dias na Ucrânia, nação que está em guerra com a Rússia. Atletas do Shakhtar Donetsk, Pedrinho, Maycon e Marlon chegaram a salvo ao país. O retorno ao território brasileiro foi um alívio para o trio e as respectivas famílias.


Meia do Shakhtar Donetsk, Pedrinho desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos no início da manhã. O jovem jogador fez uma forte declaração sobre os dias de desespero em Kiev: "Todas as vezes que eu falava com eles (familiares), eu sempre me despedia, pois não sabia se seria a última vez. Então quero chegar em casa, ficar com a minha filha. Foram cenas lamentáveis e desejo que ninguém passe por isso".

Quem também realizou desembarque em São Paulo foi o volante Maycon, companheiro de Pedrinho na equipe ucraniana. O camisa 7 do Shakhtar comentou sobre o terror vivido em meio ao conflito entre ucranianos e russos. "Numa palavra não daria para definir esses últimos dias. Foi uma mistura de sentimentos, de terror, de medo. Depois uma sensação de alívio, de gratificação por poder sair e com todos bem", afirmou Maycon.

Atleta revelado pelo Fluminense, Marlon desembarcou no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. O zagueiro foi uma espécie de porta-voz do grupo de jogadores brasileiros durante os dias de apreensão na Ucrânia. O defensor voltou a adotar um discurso coletivo sobre a situação desesperadora no país do leste europeu.

"Agora a ficha começa a cair do que a gente estava vivendo. Foi algo muito intenso, muito triste. Mas poder rever os amigos e os familiares é sempre muito gratificante. Agora é orar pelas pessoas que estão lá, pelos ucranianos, para que consigam reencontrar seus familiares também", disse o atleta.

"Sensação de terror e de desespero a cada momento. Escutávamos barulhos de caças, barulho de bombas... Era uma situação horrível. Mas teve pessoas que se dispuseram a arriscar, como o Júnior Moraes, que conseguiu ir atrás de alimentos, fraldas para crianças e aí ficamos mais tranquilos e nos unimos para mantermos a calma e conseguir uma solução para sair daquele local", completou Marlon.

Pedrinho, Maycon e Marlon fizeram parte do grupo de brasileiros que conseguiram fugir dos horrores da guerra no último fim de semana. Outros atletas de Shakhtar Donetsk e Dínamo de Kiev ainda estiveram no grupo, como os atacantes Vitinho e David Neres, os laterais Dodô e Smaily e o zagueiro Vitão.