SUPERAÇÃO
Jovem com síndrome de down conquista diploma de Educação Física em faculdade de Araçatuba
Jovem sonha em ter sua própria academia e ser personal trainer
O jovem Cauê Zaratin Teixeira, de 24 anos, tem muito a comemorar ao lado de sua família. Após quatro anos, incluindo o período de pandemia, Cauê, que tem síndrome de down, conquistou o diploma de profissional de educação física. Ele se formou pelo UniSalesiano.
A formatura do curso de educação física, que aconteceu no dia 20 de dezembro, marcou a trajetória de desafios e realizações na vida de Cauê.
“Estou animado para o que vem a seguir”, contou o jovem, que sonha em ter sua própria academia e ser personal trainer. “Quero inspirar outras pessoas a seguirem seus sonhos".
ESCOLHA
A mãe de Cauê, a neuropsicopedagoga Luciana Zaratin Teixeira, conta que, desde pequeno, o filho sempre gostou de esportes e atividades físicas, como voleibol, atletismo, natação e judô. “Isso fez parte da estimulação dele, que sempre teve o apoio do pai, meu marido Adilson Alves Teixeira. Quando tinha 15 anos, começou a fazer academia, tudo dentro da escola onde estudava. Por isso, acabou escolhendo o curso de educação física, porque queria fazer uma faculdade, igual a irmã”, disse.
Durante a graduação, Cauê não apenas mostrou que era capaz, mas também compartilhou sua experiência de forma similar à de qualquer outro acadêmico. “Criamos a rotina de estudos, organização, e o aparelhamos conforme suas necessidades, com mesa de estudos e computador adequado”, explicou a mãe.
A vivência de Cauê no UniSalesiano foi marcada pela isonomia, proporcionando-lhe a percepção de pertencimento ao grupo. Em meio a essa abordagem inclusiva, Cauê refletiu sobre seu desenvolvimento pessoal e acadêmico: “Foi incrível sentir que eu pertencia e podia realizar meus sonhos como qualquer outra pessoa.”
SÍNDROME
A família destaca a importância de perceber o impacto positivo que Cauê teve como exemplo para outras pessoas com síndrome de down. “Tudo é possível, mas, o mais importante é os pais saberem dosar e desafiar seus filhos, tratá-los com total normalidade e não criar expectativas exageradas”, ressaltou Luciana. Cauê, sempre otimista, acrescentou: “Eu só quis mostrar que podemos fazer o que amamos, basta ter a oportunidade e o apoio certo.”
A família de Cauê compartilha conselhos valiosos para outras famílias que têm jovens com Síndrome de Down, considerando o Ensino Superior. “Socializem seus filhos, permitam que sejam inseridos na sociedade de forma autônoma, e se perceberem qualquer indício de potencialidades, invistam”, aconselhou a neuropsicopedagoga.
“O agora profissional de Educação Física não só quebrou barreiras, mas também inspirou a todos nós a repensar as limitações que muitas vezes impomos a nós mesmos e aos outros”, destacou o pró-reitor da instituição, André Ornellas.