Mandante da chacina de Unaí se entrega para ser preso após 19 anos do crime

O caso envolve as autoridades trabalhistas porque as vítimas foram os auditores do trabalho do trabalho Nelson José da Silva, João Batista Lages e Erastótenes de Almeida Gonçalves, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira

Mandante da chacina de Unaí se entrega para ser preso após 19 anos do crime - Agência Brasil/arquivo


Considerado como um dos principais mandantes da chacina de Unaí (MG), o ex-prefeito de Unaí Antério Mânica, se entregou neste sábado, 16, na Superintendência da Polícia Federal em Brasília para cumprir os mais de 50 anos de prisão a que foi condenado pelo crime que fez quatro vítimas em 2004.


Mânica passará o final de semana preso na capital federal, onde também está preso o empresário José Alberto de Castro por envolvimento no caso. Castro foi preso nesta quinta-feira (14), na região do Triângulo Mineiro. O Ministério do Trabalho e Emprego informou que Mânica será transferido para Belo Horizonte na próxima segunda-feira, 18. Ainda não há informações sobre a transferência de Castro para o foro de cumprimento da pena.

"Este momento representa um alívio para as vítimas, suas famílias, colegas e toda a comunidade trabalhadora, que há tanto tempo esperavam por justiça", diz a nota assinada pelo superintende Regional do Ministério do Trabalho e Emprego em Minas Gerais, Carlos Calazans, e pela delegada do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, Ivone Baumecker.

O caso envolve as autoridades trabalhistas porque as vítimas foram os auditores do trabalho do trabalho Nelson José da Silva, João Batista Lages e Erastótenes de Almeida Gonçalves, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira. Os quatro foram alvo de embosca e assassinados a tiros enquanto apuravam denúncias de trabalho análogo à escravidão. Mânica, que era prefeito de Unaí na época, teria participado da contratação de assassinos de aluguel com o apoio dos outros condenados.

Todos os envolvidos na chacina foram levados a júri popular, onde foram condenados a penas que variam entre 31 e 65 anos de prisão, mas o STJ havia autorizado que eles aguardassem os recursos judiciais em liberdade.