INVESTIGAÇÃO
MG: Delegado acusado de assediar escrivã que morreu é indiciado
Rafaela Drummond foi encontrada morta, em casa. Agente sabia das denúncias, mas ignorou caso por temer problemas
O delegado de polícia é acusado de assediar a escrivã Rafaela Drummond, de 31 anos, encontrada morta na cidade de Antônio Carlos (MG), foi indiciado. Além dele, um investigador também foi incluído no inquérito.
A vítima enviou áudios e vídeos a amigos relatando os assédios moral e sexual na delegacia onde trabalhava, em Carandaí, Zona da Mata mineira. Rafaela foi localizada morta, em casa, em 9 de junho desse ano.
Os arquivos com os assédios também foram enviados a superiores à escrivã, mas foram ignorados. A polícia começou a investigar a possibilidade de indução ao suicídio, ainda não confirmada pelo inquérito. O delegado indiciado, Itamar Cláudio Netto, sabia das denúncias e das agressões cometidas entre o fim de 2022 e o início deste ano.
Ele foi indiciado por condescendência criminosa, quando não há a responsabilização de um subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou quando o caso não é levado ao conhecimento da autoridade competente.
Em um dos áudios de Rafaela, ela relata que conversou com o delegado, mas que o homem afirmou para não dar andamento à ocorrência porque ele também poderia ter problemas com o caso. A pena é de prisão de 15 dias a um mês ou pagamento de multa.
A Promotoria do Ministério Público de Minas Gerais vai analisar o caso em 15 dias e decidirá se vai denunciar o delegado e o investigador Celso Trindade de Andrade - este último teve o crime de injúria apontado pelo inquérito, mas o prazo para denúncia expirou.