INVESTIGAÇÃO
Ministério Público instaura inquérito para apurar crimes em clínica clandestina de Nova Aliança
Promotor de Justiça de Potirendaba (SP), Rodrigo Vendramini, vai apurar crimes de maus-tratos e cárcere privado contra 40 pacientes
O promotor de Justiça do Ministério Público de Potirendaba, Rodrigo Vendramini, instaurou inquérito para apurar os crimes de maus-tratos e cárcere privado contra 40 pacientes resgatados em uma clínica clandestina fechada pela Polícia Militar na tarde da última quarta-feira (21), em uma propriedade rural no bairro Agrovila, em Nova Aliança, no interior de SP.
Ao sbtinterior.com, o representante do MP afirmou que também analisa a possibilidade de incluir o crime de sequestro na investigação. A Polícia Civil também instaurou inquérito e, na tarde de hoje, está ouvindo pacientes e testemunhas.
“O delegado José Luís Barbosa, titular de Nova Aliança, está em oitivas dos pacientes, funcionários da clínica. Ele também ouviu o proprietário da clínica de Tanabi que vai receber os pacientes remanejados que, por opção, não querem voltar para suas famílias”, disse.
Uma força-tarefa entre a Assistência Social da Prefeitura, Ministério Público, polícias Civil e Militar se mobiliza para atender às necessidades dos enfermos – nove deles aceitaram voltar para casa. Hoje, uma família do Mato Grosso do Sul foi até a cidade para buscar um parente que estava internado no local.
Denúncia
Na tarde de ontem, a Polícia Militar fechou uma clínica de reabilitação clandestina com mais de 30 pacientes, na área rural de Nova Aliança. A corporação recebeu uma denúncia anônima informando que homens e mulheres em tratamento psiquiátrico e também da dependência química, estavam vivendo em situação sub-humana e em cárcere privado, em local insalubre e com baixa qualidade de vida.
Ao fazer a abordagem, os policiais encontraram várias pessoas, incluindo cadeirantes, do lado de fora da propriedade rural, escondidas e com medo. Os responsáveis pela administração do local fugiram. Voluntários afirmaram que estariam colaborando no estabelecimento em troca de alimento e moradia.
Ainda segundo a PM, os familiares dos pacientes pagavam até R$ 1,3 mil pelo tratamento, mas a unidade não possui registro de alvará de funcionamento na Prefeitura e não oferecia condições adequadas de higiene e acomodações. Alguns quartos não tinham camas e colchões suficientes, além do mal cheiro. As vítimas também estariam sendo proibidas de terem contato com os familiares ou saírem da propriedade.
Os pacientes foram acolhidos e acomodados no Ginásio Municipal de Esportes.
Equipes da Vigilância Sanitária foram chamadas para fiscalizar a área. Após serem resgatas, seis pessoas foram levadas para atendimento médico.