Ministros do STF veem trocas de ministros com desconfiança

Integrantes do Supremo interpretam movimentação do presidente Bolsonaro como troca para conseguir apoio

Ministros do STF veem trocas de ministros com desconfiança - Agência Brasil


De longe, os ministros do Supremo Tribunal Federal observaram com desconfiança nesta segunda-feira (29) as trocas em comandos de ministérios da Esplanada.


De acordo com o portal SBT News, um dos nomes que chamou mais a atenção foi do general que ocupava o ministério da Defesa, Fernando Azevedo. Reservadamente, um integrante da Corte avaliou que Azevedo estava insatisfeito porque não era ouvido e por ter se recusado a politizar as Forças Armadas.

O ministro avalia também que o general também era contra usar nomeações em ministérios para ceder aos interesses do Centrão.

Apesar da saída de Azevedo, a Corte espera que as Forças Armadas sigam com a função prevista na Constituição de ser uma instituição de Estado e não ceda a pressões políticas. Esse integrante da Corte ainda acredita que o Supremo terá uma boa interlocução com o sucessor de Azevedo, o também general Braga Netto, agora ex-ministro da Casa Civil. 

Já a saída de José Levi da Advocacia-Geral da União foi vista claramente como uma busca do presidente Jair Bolsonaro para encontrar espaços e alocar aliados e assim ganhar mais apoio político. A Corte não foi consultada sobre a mudança na AGU que é responsável por acionar o STF nos casos envolvendo o governo. Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro entrou com uma ação no Supremo para barrar medidas restritivas de três estados sem a assinatura da AGU. 

Internamente no STF, toda a movimentação política desta segunda do Planalto indica que o governo agora está mais na mão do Centrão. Outro integrante da Corte diz esperar que não haja nada de "extravagante ou excepcional" em todas as mudanças anunciadas pelo presidente Bolsonaro.