FEMINICÍDIO
MP denuncia, por feminicídio, marido que matou mulher com tiro na cabeça em Bálsamo
Beatriz Ribeiro Rocha Freitas tinha 25 anos e tinha um filho de 2 anos com o acusado; crime ocorreu no fim de março deste ano
O Ministério Público denunciou por homicídio duplamente qualificado (feminicídio e motivo torpe) Fernando Rodrigues da Silva, de 44 anos, acusado de matar a mulher com dois tiros no rosto, na madrugada de 29 de março deste ano, em Bálsamo, na região Metropolitana de São José do Rio Preto (SP). A decisão é do promotor Herico Destefani.
Beatriz Ribeiro Rocha Freitas tinha 25 anos e mantinha um relacionamento de cinco anos com Fernando. O casal tinha um filho de dois anos, que estava com o pai no dia do crime.
O corpo de Beatriz foi encontrado pela cunhada, que estava acompanhada da PM, em uma cozinha na área externa da casa em que ela morava com o marido e o filho. A perícia constatou que a mulher foi atingida com dois tiros de arma de fogo de calibre pequeno no rosto, um na testa e outro no nariz.
Dias após o crime, Fernando se entregou na delegacia e confessou ter matado a mãe de seu filho. A Polícia Civil o indiciou por feminicídio. De acordo com a polícia, o homem tinha um relacionamento abusivo com a vítima e a mantinha sempre dentro de casa, não gostava que ela saísse e os dois estavam se separando.
Beatriz tinha o objetivo de retornar para Praia Grande, onde sua família mora no litoral paulista e voltar a trabalhar como cabeleireira.
A Justiça analisa a denúncia do MP.
ENTENDA O CASO
Segundo o boletim de ocorrência, uma mulher informou a PM que Fernando, de 44 anos, ficou em uma lanchonete com o filho de dois anos até pouco mais da meia-noite. Depois ele foi para a casa e teve uma briga com Beatriz.
Ele ligou para a testemunha contando que foi "mandado embora de casa" e foi até a mulher; os dois retornaram até a residência do casal para pegar o menino. O suspeito trocou de roupas e a dupla levou a criança.
O marido de Beatriz ainda pediu para a mulher que o acompanhava, que ficasse cuidando do garoto. Ela o deixou em um ponto em uma rodovia, onde um motorista iria pega-lo para que os dois levassem um caminhão (o serviço já fazia parte da rotina do suspeito).
Depois disso, ela não conseguiu mais contato com ele. Quando amanheceu, a mulher ligou para uma filha dele, do primeiro casamento, e pediu para que ela buscasse o irmão.
A testemunha disse aos policiais que só soube do caso após o encontro do corpo de Beatriz, porque o suspeito não havia comentado com ela sobre o suposto homicídio.