ECONOMIA
Para Abecs, limite de juro do rotativo é debate complexo; preocupação é consumo de famílias
A direção da Abecs, associação que representa as empresas de meios eletrônicos de pagamento, espera que as discussões em torno do projeto que prevê um limite aos juros do rotativo do cartão de crédito ganhem corpo nas próximas semanas.
Durante a apresentação do balanço do primeiro semestre, o presidente da Abecs, Giancarlo Greco, considerou o tema complexo e defendeu que o rotativo tenha um custo cada vez menor, de modo a contribuir ao poder de compra dos consumidores. "Nossa preocupação é com o consumo das famílias, que elas tenham um instrumento para caminhar no dia a dia", declarou o executivo. "A gente imagina que as coisas vão se desenvolver com mais força nas próximas semanas", acrescentou Greco, ao tratar do projeto do rotativo, cuja apresentação do relatório foi prometida pelo deputado Alencar Santana (PT) para a semana que vem.
Nesta quinta-feira, a Abecs reduziu a previsão ao crescimento das compras com cartões neste ano para a faixa de 9% a 11%.
Considerando, porém, as datas do segundo semestre importantes para o comércio, como Dia das Crianças, Black Friday e Natal, a tendência é de um valor transacionado no restante do ano (R$ 1,9 trilhão) maior do que no primeiro semestre, quando os brasileiros usaram cartões para pagar R$ 1,7 trilhão em compras. Para Greco, o início do ciclo de cortes de juros deve contribuir para melhorar a confiança do consumidor.
O presidente da Abecs frisou também que a inadimplência do cartão de crédito, que mostrou queda em junho, já mostra um comportamento mais estável, embora ainda não possa ser considerada "dominada".