ECONOMIA
Petróleo fecha em alta, mas devolve ganhos robustos e cai na semana, de olho em conflitos
Para alguns analistas, os preços devem receber pouco impulso até que as tensões no Oriente Médio se materializem em problemas na oferta
O petróleo fechou em alta nesta sexta-feira, 12, mas devolveu na reta final os ganhos robustos obtidos pela manhã e caiu na variação semanal, enquanto investidores ponderam sobre possíveis impactos de conflitos geopolíticos. Para alguns analistas, os preços devem receber pouco impulso até que as tensões no Oriente Médio se materializem em problemas na oferta.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro de 2024 fechou com alta de 0,92% (+US$ 0,66), a US$ 72,68 o barril; enquanto o Brent para março, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 1,14% (+US$ 0,88), a US$ 78,29 por barril. Na variação semanal, entretanto, os preços sofreram queda de 1,53% e 0,60%.
Após disparar mais de 4% pela manhã, o petróleo encerrou o pregão com ganhos apenas modestos. Analista do UBS, Giovanni Staunovo avalia que o repique inicial refletiu os temores de uma generalização dos conflitos no Oriente Médio, após Estados Unidos e Reino Unido lançarem ataque conjunto contra alvos do grupo Houthis, no Iêmen. No entanto, este rali só será sustentado se, de fato, forem comprovados impactos no fluxo do petróleo, de acordo com ele.
Em nota, o analista Craig Erlam, da Oanda, comenta que ainda há uma visão nos mercados de que "o risco de uma interrupção significativa da oferta é pequeno, do contrário, os preços estariam muito mais elevados". "Entretanto, as cotações seguirão sensíveis a novos desdobramentos dos conflitos no Oriente Médio", afirmou.
Além da geopolítica, o salto nos preços também foi apoiado nesta manhã por números da balança comercial da China, que renovaram expectativa por aumento na demanda do gigante asiático pela commodity.
Dados do governo chinês apontaram que as importações anuais de petróleo bruto da China atingiram em 2023 um patamar histórico de 563,99 milhões de toneladas métricas, equivalente a 11,28 milhões de barris por dia (bpd). Em nível de comparação, no último recorde registrado em 2020, o país adquiriu 10,81 milhões de bpd.