Polícia de Araçatuba prende 10 suspeitos de aplicar golpes milionários em idosos

Quadrilha usava ligações telefônicas com falsas identidades para convencer idosos a transferirem dinheiro e entregar celulares; central clandestina foi descoberta no litoral

Polícia de Araçatuba prende 10 suspeitos de aplicar golpes milionários em idosos - Divulgação


Dez pessoas foram presas nessa quinta-feira (22) durante uma operação da Polícia Civil de Araçatuba (SP), acusadas de integrar uma quadrilha que aplicava golpes em idosos por meio de ligações telefônicas. Ao menos 14 crimes de estelionato já foram confirmados, todos cometidos em cidades do estado de São Paulo.


As investigações começaram após um morador de Araçatuba registrar um boletim de ocorrência relatando um prejuízo de R$ 506 mil. O crime aconteceu em julho de 2024 e foi apurado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG), vinculada à Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais).

Segundo a polícia, os estelionatários ligavam para as vítimas se passando por funcionários da superintendência do banco em que elas tinham conta. Durante a conversa, diziam que a agência estava sob investigação e que todos os envolvidos seriam presos. Para dar mais credibilidade ao golpe, colocavam um comparsa na linha se passando por delegado-geral da Polícia Civil.

Convencidas da falsa história, as vítimas acabavam realizando transferências via Pix, pagando boletos fraudulentos ou entregando o próprio celular a motoboys enviados pelos criminosos.

Com o avanço das investigações, a polícia identificou outras vítimas, incluindo dois casos na capital paulista, onde os prejuízos ultrapassaram R$ 3 milhões. Houve também registros de perdas entre R$ 20 mil e R$ 50 mil.

Diante das evidências, foram expedidos 17 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão temporária. Quatro investigados foram capturados nessa etapa.

Durante a chamada “Operação Catfishing”, a polícia localizou uma central clandestina de telemarketing no Guarujá, onde seis pessoas – quatro homens e duas mulheres – foram presas em flagrante enquanto aplicavam novos golpes. Inicialmente, eles responderão por associação criminosa.

O termo catfishing dá nome à operação porque descreve exatamente o tipo de fraude cometido pelo grupo: quando alguém assume uma identidade falsa, geralmente para enganar outra pessoa. Nesse caso, os golpistas fingiam ser representantes de bancos ou autoridades policiais para manipular os idosos e aplicar os crimes.

O suposto líder do esquema também foi preso no Guarujá. As outras detenções aconteceram em São Paulo e Guarulhos. Nos locais das buscas, foram apreendidos veículos de luxo (VW Jetta, Hyundai Creta e Jeep Renegade), joias, celulares, notebooks e R$ 100 mil em espécie.

A operação contou com apoio da 4ª DISCCPAT do Deic, da Delegacia de Polícia de Pirassununga, do GOE de Santos e da Seccional de Parnaíba (PI).

Os suspeitos estão à disposição da Justiça e poderão responder por estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.