Randolfe Rodrigues ameaça pedir inquérito contra Augusto Aras por prevaricação

O relatório final da CPI da Covid imputou ao chefe do Executivo nove crimes, ao todo, além de sugerir outros 67 indiciamentos

Randolfe Rodrigues ameaça pedir inquérito contra Augusto Aras por prevaricação - Reprodução


O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi vice-presidente da CPI da Covid, reagiu ao pedido de arquivamento das apurações contra o presidente Jair Bolsonaro no âmbito das investigações da comissão por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR).


O parlamentar afirmou que vai peticionar novamente o Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar o requerimento e pedir a abertura de um inquérito por prevaricação dos procuradores envolvidos no caso, se as denúncias de fato forem engavetadas.

Nesta segunda-feira, 25, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, pediu ao STF o arquivamento de denúncias contra o presidente e seus aliados, como as que atribuem a ele supostos crime de charlatanismo, prevaricação, crime de epidemia, infração de medida sanitária preventiva e emprego irregular de verbas ou rendas públicas.

O relatório final da CPI da Covid imputou ao chefe do Executivo nove crimes, ao todo, além de sugerir outros 67 indiciamentos. As denúncias têm como base a gestão do governo federal ao longo da pandemia.

Além de contestar a decisão da vice-procuradora-geral, Randolfe disse que quer informar o STF o que chamou de "ação sorrateira" e "modus operandi" da PGR, que travou a abertura de inquérito com base no relatório da CPI e, segundo ele, teria evitado envolver a Polícia Federal no caso.

O senador também pediu a manifestação pessoal do procurador-geral Augusto Aras sobre as apurações e, caso o arquivamento seja de fato confirmado, sugeriu abertura de um novo inquérito contra ele e a vice-procuradora por prevaricação. A avaliação é que o requerimento teria sido feito por Araújo para evitar desgaste de Aras.

Em entrevista à Rede Globo, o senador Omar Aziz (PSD-AM), ex-presidente da CPI da Covid, também criticou a paralisação das investigações e voltou a acusar o presidente de charlatanismo, uma das imputações que a vice-PGR sugeriu ausência de crime. Segundo Lindôra, "não há indícios mínimos de que Bolsonaro detinha o conhecimento e o domínio epistemológico, à época, da suposta 'absoluta ineficácia' dos fármacos cloroquina e hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus".