Setor atacadista distribuidor cresce acima de 17% no primeiro semestre

O bom desempenho acompanha as tendências positivas da macroeconomia

Setor atacadista distribuidor cresce acima de 17% no primeiro semestre - Divulgação


Com o IPCA em queda, saindo de 5,8% em janeiro para 3,2% em junho; e a elevação do índice de confiança do consumidor, segundo índice da FGV, que bateu 92,3 pontos, o setor atacadista distribuidor registrou, de acordo com o Termômetro ABAD Nielsen IQ, crescimento de 17,5% no primeiro semestre de 2023 quando comparado com o mesmo período do ano anterior.


O bom desempenho acompanha as tendências positivas da macroeconomia.

“A moeda brasileira vem se fortalecendo; temos entradas de divisas significativas, tanto pela balança comercial quanto pelos investimentos de longo prazo; tivemos o avanço da reforma tributária, que certamente trará mais segurança jurídica às empresas; e, finalmente, podemos projetar um cenário com taxa básica de juros menor no médio prazo. São dados importantes, que justificam o bom momento do setor”, avalia o presidente da ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores, Leonardo Miguel Severini.

De acordo com Felipe Rutkosky, gerente sênior de Atendimento ao Varejo da NielsenIQ, o consumidor, de fato, se mostrou mais otimista.

“A inflação arrefeceu nos últimos meses e a queda trouxe uma melhora para o índice de confiança dos consumidores, que apesar de ainda permanecerem em alerta, diminuíram o pessimismo. E, depois de um pico no endividamento, observamos uma redução, que deve ser acelerada pelo processo de queda provável da taxa de juros nos próximos meses”, enfatiza.

No primeiro trimestre de 2022, o país ainda sofria as consequências da pandemia de covid-19. Com isso, nesse período pode-se notar um boom do e-commerce enquanto, em 2023, nota-se a retomada do consumo fora do lar e o crescimento do varejo físico. Em comparação com o mês de junho de 2022, houve crescimento de 12,1%.

Um ponto de destaque é que no comparativo mês a mês, a dinâmica de variação se manteve parecida nos dois últimos anos, com retração entre os meses de maio e junho. Houve queda de -13,7% no mês de junho na comparação com maio de 2023. No mesmo período, em 2022, a queda foi de -9,7% entre os meses.

Para Felipe, a desaceleração no segundo quarter do ano mostra que o consumidor é cauteloso. “A expectativa é de que as notícias continuem animadoras para aumentar o consumo a partir do terceiro quarter”, conclui.

Movimento das cestas

Com exceção de Bazar (que apresentou retração de 0,5%), todas as cestas cresceram em volume, sendo que Limpeza e Higiene & Beleza se destacaram com aumento, respectivamente, de 21,9% e 19,1%. Devido ao aumento de preços em duplo dígito que em algumas cestas chega a 20%, o valor continua crescendo acima do volume.

Na análise dos canais, atacarejo e autosserviço desencadearam alta bastante significativa e, juntos, impulsionaram o comércio de Alimentos em 10,3% e de Limpeza em 15,5%. Relembrando que o estudo compara o primeiro semestre de 2023 com o primeiro semestre de 2022, há alta no consumo fora de casa, o que leva a cesta de Bebidas a crescer consideravelmente pelo canal Bar (10% de alta) e a de Higiene & Beleza a melhorar seu desempenho em Farma (9% de aumento).

No varejo físico, canais Hiper, Autosserviço e Super Pequeno tiveram retração em volume de 8,1%, 1% e 0,7%, mas todos com crescimento em valor. Em contrapartida, Atacarejo segue em destaque entre canais com sortimento mais amplo enquanto Farma e Bar tiveram crescimento acima da média em volume.