Suspeito de duplo homicídio é preso com caixas de armas, munições e anabolizantes

Jovem de 22 anos, que não tinha passagens pela polícia, teria matado empresário de Borborema e funcionário dele para encobrir venda ilegal de armas; crime foi em São José do Rio Preto

Um jovem de 22 anos, com emprego fixo e sem passagens pela polícia, é o principal suspeito da morte do empresário Márcio Hortense, de 62 anos, e do funcionário dele, Fabiano da Silva, de 48 anos. Os dois foram mortos a tiros dentro de uma caminhonete Toyota Hilux, no bairro Vila Anchieta, em São José do Rio Preto (SP). O crime ocorreu na tarde de quarta-feira (21).

As investigações apontaram que, em 2021, o empresário, que era morador de Borborema (SP), comprou uma pistola Imbel calibre 380 na loja em que o suspeito trabalhava, mas ainda não havia retirado a arma. No dia do crime, ele foi até Rio Preto para buscar a pistola, acompanhado do funcionário, mas não chegou ao local. Foi então que os policiais decidiram ir até o estabelecimento e pediram para ver a arma que havia sido comprada, mas o vendedor que atendeu os policiais se recusou a mostrar, alegando que não tinha permissão.


Após a intervenção do dono da loja, que autorizou a exibição da arma, esse atendente trouxe aos policiais um revólver calibre 357, uma arma diferente da solicitada. Essa situação despertou suspeitas sobre o rapaz. Por isso, os policiais pediram as imagens do circuito de segurança da loja e descobriram que, no dia do crime, o vendedor estava com as mesmas roupas da pessoa flagrada por câmeras de segurança fugindo após cometer o duplo homicídio.

A partir dessas informações, a Polícia Civil pediu a prisão temporária do vendedor, que tem 22 anos e não tinha passagens pela polícia. Ele foi detido ontem. Também foi expedido um mandado de busca e apreensão para a casa dele. No local, foram encontradas nove caixas de armas vazias, que podem ter sido vendidas irregularmente; uma caixa de munição calibre .22 e uma de fuzil cal. 556, um colete balístico, um simulacro de revólver e anabolizantes de venda proibida; todos itens que também serão objeto de perícia e investigação.

ESQUEMA ILEGAL

Segundo o delegado Alceu de Oliveira Júnior, da Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) de Rio Preto, a suspeita é que o vendedor teria um esquema para desviar armas da loja em que trabalhava e comercializá-las irregularmente. Ele teria desviado a arma que o empresário Márcio Hortense comprou e, por isso, cometeu os assassinatos para tentar esconder esse comércio ilegal. O delegado conta que ele trocou mensagens de WhatsApp com a vítima, usando o celular da loja, mas que essas mensagens foram apagadas. A suspeita é que ele teria combinado com o empresário de se encontrar em uma rua perto da loja para juntos buscarem a arma.

O delegado acredita que o suspeito não esperava que o empresário estivesse acompanhado, mas, mesmo assim, decidiu manter o plano e matou não apenas Márcio Hortense, mas também o funcionário dele, Fabiano da Silva.

DINÂMICA DO CRIME

Uma câmera de segurança registrou o momento do crime. As duas vítimas estavam nos bancos da frente da caminhonete, e o vendedor estava no banco de trás. Quando o veículo chegou à rua dos Aimorés, no bairro Vila Anchieta, Márcio fez manobras para estacionar. Ele estava na direção da Hilux. Logo em seguida, as duas portas do lado esquerdo do veículo se abriram e o suspeito fugiu correndo. Tudo indica que ele atirou primeiro na nuca de Fabiano da Silva, que permaneceu preso ao cinto de segurança, sem possibilidade de reação. Em seguida, atirou contra a cabeça de Márcio, que tentou sair da caminhonete. O suspeito saiu do local a pé, carregando um capacete. As investigações apontaram que ele foi até um local onde sua moto estava estacionada. O veículo passou por perícia e foram identificadas marcas de sangue. Agora, as investigações vão apontar se o sangue é das vítimas.

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