Terceiro trimestre de 2024 registra aumento recorde de violência política no Brasil

Período pré-eleitoral teve 323 casos de agressões, ameaças e até homicídios, com São Paulo e Rio de Janeiro liderando as ocorrências

O terceiro trimestre de 2024, marcado pela reta final das pré-campanhas e pelo período eleitoral das disputas municipais, registrou 323 casos de violência contra políticos no Brasil, tornando-se o mais violento dos últimos cinco anos, segundo o Observatório de Violência Política e Eleitoral da Unirio.

O estudo, iniciado em 2019, mostra que o número de casos de violência no período eleitoral deste ano superou os 236 registros do mesmo período em 2020. Neste ano, 242 dos episódios foram de violência física e psicológica, com outras 81 ocorrências envolvendo violência semiótica, econômica e sexual. Com os novos dados, o total de casos de violência política em 2024 já chega a 510.


São Paulo foi o estado com mais registros, somando 58 casos, incluindo três homicídios de figuras políticas. O estado do Rio de Janeiro, com 42 ocorrências, e Ceará, com 23, seguem na lista de maior violência política durante o trimestre.

A ameaça foi o tipo de violência mais recorrente no levantamento, com 80 registros, enquanto 79 casos de agressão física foram catalogados, incluindo brigas entre políticos em sessões plenárias e atos eleitorais que viralizaram nas redes sociais.

A crescente violência no cenário político acendeu o alerta de autoridades. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, anunciou a criação de um Observatório Permanente Contra a Violência Política, com o objetivo de investigar e combater esses episódios.

Especialistas apontam que o resgate do diálogo cívico e o combate à retórica de ódio são fundamentais para frear a escalada de violência e garantir a integridade do processo democrático no País.