Abismo financeiro pode marcar era vencedora do futebol brasileiro na Copa Libertadores

Diferença gritante entre clubes brasileiros dos sul-americanos já ensaia domínio que pode muito tempo

Abismo financeiro pode marcar era vencedora do futebol brasileiro na Copa Libertadores -


*POR KAIO ESTEVES

O futebol é apaixonante no mundo e, claro, na América do Sul não é diferente. Ainda que tudo se mova pelo dinheiro, o esporte agrega e fascina. Nesta semana, assistindo a entrevistas e debates esportivos em canais brasileiros, decidi olhar para o lado de lá, dos países vizinhos, para saber o que eles estão pensando da atual edição da Copa Libertadores. É sempre bom ouvir o outro lado. Acessei num programa da TNT Sport argentina, no YouTube.

"Se o jogador não está na Europa, vai jogar na liga brasileira. Não tem como competir. Fausto Vera, Zaracho, Nacho Fernández... todos os bons que temos estamos perdendo para eles", disse um jornalista argentino. "O Estudiantes caiu para o Athletico Paranaense e eles nem estão entre os mais fortes do Brasil. E a tendência é que essa diferença só cresça, não diminua", previu outro jornalista portenho.

O ponto está aí.

A inflação come o dinheiro do argentino e, embora o momento brasileiro não esteja nem perto dos melhores, nossa moeda vale muito mais, o futebol brasileiro paga mais, aqui a vitrine é maior para o futebol europeu porque o jogo hoje é mais competitivo. Vale muito a pena jogar aqui, ainda mais nos clubes maiores, que sempre estão em evidência.

Poderíamos ter semifinais com duelos entre representantes de Brasil x Argentina se o Estudiantes eliminasse o Athletico Paranaense em La Plata. Seriam dois clubes argentinos (Vélez e Estudiantes) contra dois brasileiros (Palmeiras e Flamengo). O Athletico, com total competência, frustrou os planos de uma Copa "menos brasileira". Agora, somente o Vélez Sarsfield jogará as semis, e contra o fortíssimo Flamengo.

O Vélez está em penúltimo no campeonato argentino e sofre, assim como todos os clubes do país, de problemas financeiros. Recorre aos jogadores de sua base (alguns muito bons, diga-se, como Luca Orellano, para tentar o quase impossível, que é eliminar a máquina flamenguista composta por Pedro, Gabigol, De Arrascaeta e tantos outros craques.

A diferença é tão grande, que o meia chileno Vidal, recém-chegado ao Flamengo da Europa e que é banco na equipe carioca, seria titular absoluto em qualquer time argentino hoje. E incluo Boca Juniors e River Plate. A disparidade econômica e técnica também se saltaria se River, Boca, Racing ou qualquer outro argentino ainda estivesse brigando.

A realidade atual, e que já vem se mostrando presente há pelo menos três anos, pode marcar uma era onde os campeões da Copa Libertadores serão, em sua maioria, brasileiros. As equipes de outros países podem até competir, mas torna-se uma disputa quase injusta. O que cabe aos brasileiros fazer? Aproveitar o momento e tentar vencer a Copa de qualquer maneira. No futuro, a realidade pode não ser tão confortável e, claro, todos querem conquistar 'A Glória Eterna'.

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