CRIME BRUTAL
Carta deixada por adolescente morta pelo ex-padrasto revela abusos desde a infância; leia
Carla Cristina da Silva do Nascimento, mãe da adolescente Ana Cristina da Silva, de 15 anos, estuprada, assassinada e enterrada pelo ex-padrasto, divulgou uma das cartas que a filha escreveu e escondeu antes de morrer
“Eu só queria viver em paz, mas não dá. Eu odeio o fato da minha existência, eu já pensei, mas se eu abrir a boca, vai tudo piorar e a culpada vai ser eu. Abusada desde os 4 anos de idade, eu nunca falei para a minha mãe, para ninguém. Até hoje eu sou muito fraca”. Essas foram as palavras escritas pela adolescente Ana Cristina da Silva, de 15 anos, em uma carta que ela deixou escondida na casa em que morava com a mãe e o irmão, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo.
A estudante agora faz parte das mais de 17 mil crianças e adolescentes que sofreram violência sexual nos primeiros meses de 2023 no Brasil, segundo um levantamento do Disque 100 (Disque Direitos Humanos). Deste número, estão os piores cenários - 14 mil dos estupros e abusos sexuais aconteceram dentro de casa, onde os autores são familiares ou responsáveis pelas vítimas.
Infelizmente, Ana teve um triste fim, ainda pior do que os abusos. Ela foi estuprada, assassinada e enterrada em um canavial pelo seu algoz, Adriano José da Silva, de 37 anos, seu ex-padrasto, que a criou como filha e teve uma união estável de 12 anos com a mãe dela. A motivação do crime, segundo apontou a investigação da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), foi porque o caseiro era obcecado pela enteada.
A investigação da Polícia Civil encontrou provas ainda mais concretas de que o autor confesso do homicídio sempre olhou para a enteada com intenções maldosas. Cartas deixadas pela adolescente revelaram que Ana sofria os abusos sexuais desde os 4 anos de idade e nunca contou o fato a ninguém porque tinha medo e “se sentia fraca”. Veja o relato abaixo, parte da carta escrita por Ana, cedida ao sbtinterior.com por sua mãe:
Ao sbtinterior.com, Carla Cristina disse que está em luto profundo pela morte da filha. “Eu estou tentando ficar de pé, mas eu quero justiça, só justiça!”, disse.
Adriano José está preso na carceragem da Divisão Especializada em Investigações Criminais (DEIC) de Rio Preto.