Justiça concede liberdade provisória a jovem que deu à luz em shopping e tentou esconder bebê em mochila

Uma jovem de 18 anos que foi presa após dar à luz no banheiro de um shopping em Araçatuba conseguiu liberdade provisória na tarde de sábado (5). Na audiência de custódia, a Justiça determinou que ela seja liberada desde que cumpra medidas cautelares, como comparecer ao Fórum sempre que intimada, manter os dados atualizados na Vara competente e não sair da cidade por mais de 15 dias sem avisar o juiz responsável pelo caso.

Ela foi presa em flagrante na noite de sexta-feira (4), depois de ter o bebê no banheiro do shopping Praça Nova, em Araçatuba, e esconder a recém-nascida dentro de uma mochila. Segundo a polícia, colegas de trabalho perceberam que a jovem estava passando mal e chamaram uma bombeira civil que trabalha no shopping. Foi ela quem conseguiu abrir a porta do banheiro e encontrou a jovem suja de sangue. Ela também ouviu o choro do bebê vindo de dentro da mochila.

Ao abrir a bolsa, encontrou a recém-nascida com um saco plástico enrolado no pescoço, mas ainda com sinais vitais. Também havia a placenta, o cordão umbilical e pertences da mãe misturados com objetos como uma pequena pá de jardinagem e duas tesouras com resíduos compatíveis com o parto. Os objetos foram apreendidos pela Polícia Civil.

GRAVIDEZ ESCONDIDA

Em depoimento, a jovem contou que escondeu a gravidez por medo da reação dos pais. Ela disse ainda que chegou a encostar a tesoura no pescoço da filha, mas não teve coragem de cortá-la, e que usou o saco plástico para tentar abafar o choro e evitar que outras pessoas percebessem. A jovem afirmou que pretendia sair do shopping com a bebê na mochila e levá-la ao hospital para entregá-la para adoção.

Após o socorro, mãe e filha foram levadas para a Santa Casa de Araçatuba. A bebê teve lesões no pescoço, mas está fora de perigo. O caso também foi acompanhado pelo Conselho Tutelar, e a Polícia Civil requisitou perícia no local. Inicialmente, a jovem ficou internada sob escolta da Polícia Militar, até a decisão judicial que permitiu sua liberdade provisória. Porém, ela não pode ter nenhum contato com a criança, que permanece internada.

O caso está sendo acompanhado pela Vara da Infância e Juventude e pelo Conselho Tutelar. Ainda é cedo para definir qual será o destino da criança, mas entre as opções possíveis está o encaminhamento para adoção.