MERCADO DE TRABALHO
Maioria de cargos de liderança no Brasil ainda são ocupados por homens
Especialista explica como incentivar a liderança feminina
Segundo um estudo publicado no Fórum Econômico Mundial (FMI), somente 27% dos cargos de liderança em empresas brasileiras são ocupados por mulheres. Para mudar este cenário, é preciso que cada vez mais companhias tenham vontade em assumir compromissos para atingir a equidade de gênero. Em algumas áreas de atuação, principalmente naquelas em que há uma predominância masculina, é preciso que haja processos de inspiração para as mulheres. Sendo assim, como incentivar o time feminino das empresas?
Cada vez mais falamos sobre a importância da equidade de gênero no mercado de trabalho, além da necessidade de um aumento de mulheres em posição de liderança. De acordo com o estudo Women in Business: Caminhos para a Equidade, em 2024, a proporção de mulheres em cargos de liderança no Brasil é de 37%. O estudo aponta um aumento de mulheres na liderança a nível global, entretanto no Brasil ocorreu um recuo de 2% em relação a 2023. Segundo a especialista em liderança e gestão de pessoas, fundadora e CEO da Yluminarh, Ylana Miller, nas posições de maior poder há forte desigualdade de gênero. "Programas de diversidade, equidade e inclusão que contemplam sucessão ainda não têm forte representatividade no mundo corporativo. Alguns justificam a escassez desse movimento em função da instabilidade econômica no país, outros são mais assertivos e apontam a forte dicotomia entre discurso e ação. Isto é, empresas que discursam a favor e não praticam", afirma.
Promover a igualdade de gênero no mercado de trabalho e desenvolver a liderança feminina são tarefas cruciais pelos impactos e consequências que trariam para todos os outros aspectos da nossa convivência em sociedade. Segundo Ylana, uma cultura organizacional diversa favorece a inovação e o alcance de resultados diferenciados. "É preciso a implementação de ações concretas que criem um ambiente mais igualitário no curto prazo e estabeleçam as bases para mudanças profundas a longo prazo. Programa de desenvolvimento é uma palavra-chave que pode conter uma das respostas para essa questão. A formação da liderança feminina, através de cursos, coaching e mentoria, promove o aprimoramento de habilidades e inspira a ocupação de posições sêniores nas organizações", explica.
Ylana finaliza dizendo que outras práticas de gestão de pessoas, como política de remuneração que prioriza a igualdade salarial entre homens e mulheres, recrutamento e seleção equitativos, vagas afirmativas e a criação de uma cultura organizacional inclusiva pavimentarão o caminho para avanços com mais celeridade. "Mulheres denotam ter algumas habilidades que podem favorecer seu empoderamento. Em geral, têm forte relacionamento interpessoal, habilidade de comunicação e facilidade para trabalhar em equipe. Optam por um estilo de liderança mais participativo e democrático, valorizando a promoção da troca e aprendizado. Grande parte das mulheres é multifuncional e equilibra muitos pratinhos ao mesmo tempo com flexibilidade e resiliência. É essencial investir em autoconhecimento e gestão das emoções para se punirem menos. A jornada de vida e carreira pode ser leve e sem autocobrança".