ELEIÇÕES 2022
Gilberto Kassab defende neutralidade do PSD na eleição presidencial
Presidente do PSD afirmou, ainda, que pretende divulgar o seu voto 'no momento apropriado'
O presidente do PSD (Partido Social Democrático), Gilberto Kassab, publicou uma nota nesta quinta-feira (14), na qual defende que o partido adote a neutralidade na eleição presidencial de 2022.
Kassab argumentou que, diante da perda da candidatura de Rodrigo Pacheco ao Planalto, o partido constatou, por meio de uma consulta nacional, falta de unidade para uma coligação com um candidato de outro partido. Segundo ele, houve “preferências diversas" entre as opções existentes.
O presidente do PSD também declarou que pretende divulgar seu voto pessoal e disse que isso deve ocorrer “no momento apropriado, de modo a não interferir na boa governança partidária".
O PSD possui, hoje, alianças políticas tanto com nomes que apoiam Lula (PT) quanto Jair Bolsonaro (PL) na corrida pelo Planalto. Em Minas Gerais, por exemplo, o PSD apoia a pré-candidatura de Alexandre Kalil ao governo do estado, um público apoiador de Lula em 2022. Já no Paraná, o partido está aliado ao governador Ratinho Júnior, que tem bom relacionamento com Jair Bolsonaro.
Leia a nota encaminhada aos colegas da legenda na íntegra:
"Colegas dirigentes, parlamentares, executivos e filiados do Partido Social Democrático em todo o Brasil.
Quero expor aqui os fatores que me levam a defender este entendimento, que considero o mais adequado para a participação do PSD nessa eleição presidencial de 2022.
O Partido, ao longo de meses e com a atuação de diversas lideranças, buscou o desenvolvimento de uma candidatura própria. Tínhamos o melhor pré-candidato, o senador Rodrigo Pacheco. A sigla estava unida em torno da sua candidatura.
Diante do convite, recebido com grande entusiasmo, Pacheco ponderou ao longo de meses e se convenceu da importância de sua presença à frente da presidência do Senado ao longo do processo eleitoral, papel fundamental para garantir a estabilidade institucional do Brasil. Ficou a semente de um excelente projeto para o Brasil, que o PSD não abandonou, apenas adiou.
Sem o horizonte de uma candidatura própria que pudesse contribuir com o debate neste cenário de polarização, iniciamos uma consulta nacional que, agora, está concluída. Foram ouvidos parlamentares (em todos os níveis), dirigentes partidários, líderes de todos os cantos do país.
A constatação é que não temos unidade para caminhar coligados com um candidato de outro partido. Diante das opções existentes, haveria preferências diversas no partido não apenas quando consideramos o Brasil, mas em instâncias partidárias dentro de Estados e, até, de municípios.
Diante dos fatos apresentados, encaminho como proposta para nossa Convenção Nacional que o Partido Social Democrático adote a neutralidade nesta eleição presidencial.
No momento apropriado, de modo a não interferir na boa governança partidária, já que ocupo a presidência nacional do PSD, compartilharei minha preferência pessoal para este pleito.
Gilberto Kassab"